Odair Cunha vai seguir os rumos do dinheiro da rede Cachoeira

Dados mostram que R$ 36 bilhões foram recebidos nos últimos 10 anos por 75 pessoas e empresas acusadas de envolvimento no esquema.

Odair Cunha vai seguir os rumos do dinheiro da rede Cachoeira

Seguir o rastro do dinheiro é um conselho antigo em investigações sobre desvios de recursos e casos em que a origem dos lucros de uma pessoa ou uma empresa parece muito obscura. O recado ficou famoso desde o filme “Todos os Homens do Presidente”, quando o “Garganta Profunda” – fonte de informação dos repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein – aconselhava os jornalistas a seguirem o caminho do dinheiro para desvendar o famoso escândalo de Watergate.

O conselho foi ouvido por integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira. O relator deputado Odair Cunha (PT-MG), anunciou que deve se basear nos dados financeiros da organização para definir os próximos passos a serem seguidos pela comissão. Levantamento feito pelo relator mostra que R$ 36 bilhões foram recebidos nos últimos dez anos por 75 pessoas e empresas acusadas de envolvimento no esquema que seria comandado por Carlinhos Cachoeira.

O levantamento da CPI sobre as finanças da quadrilha também identificou que 93% das 553 mil transações feitas em cheque pelos suspeitos não têm a identificação de quem pagou ou recebeu o dinheiro. Essas movimentações anônimas totalizam, segundo a assessoria do deputado, R$ 2 bilhões. Há também R$ 1 bilhão movimentados em transferências bancárias que não foram identificadas. Nesse caso, os bancos têm os dados dos envolvidos, mas os nomes ainda não chegaram à CPI. Agora, a CPMI vai “seguir o dinheiro”.

Segundo o relator, um trabalho específico está sendo realizado para que essas informações sejam obtidas, já que o acesso aos dados de sigilo bancário enfrenta problemas. “Estamos indo aos bancos, vendo se o banco fez o envio e se na conversão dos dados na CPMI houve algum problema ou não”, explicou.

A CPI retomará os trabalhos na segunda semana de outubro. Durante o mês de setembro, quando as reuniões estiveram suspensas, os parlamentares se dedicaram à análise da documentação e à apresentação de requerimentos. Atualmente, há 503 pedidos para serem apreciados.

Giselle Chassot, com informações da Agência Câmara e da assessoria do deputado Odair Cunha

 

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