O senador Paulo Paim (PT-RS) pediu, nesta segunda-feira (17), a retomada do diálogo entre governo, funcionários e diretoria da Petrobrás para encontrarem uma solução para os funcionários da empresa que estão em greve contra o desmonte da petrolífera e a política de privatização dos ativos nacionais. Além disso, o movimento dos trabalhadores tenta impedir a conclusão de mil demissões previstas para ocorrer na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen).
De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), cerca de 20 mil petroleiros, em 116 unidades da Petrobrás, estão mobilizados. Entre eles, de 56 plataformas, 11 refinarias, 23 terminais, sete termelétricas, uma usina de biocombustíveis e uma fábrica de fertilizantes, dentre outras, espalhadas em metade do Brasil: Amazonas, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
“É preciso que haja a retomada das negociações. É uma pena que não tenhamos mais o Ministério do Trabalho e o Ministério da Indústria e Comércio. Quando esses ministérios existiam, entrava em contato para que as partes pudessem construir o entendimento”, apontou Paim.
O senador também denunciou a política deliberada da atual diretoria da Petrobrás que promove o sucateamento das instalações da empresa visando a futura privatização. Outra crítica feita por Paim foi a adoção do alinhamento de preços praticados pela Petrobrás com o mercado internacional de petróleo e gás, fazendo com que as oscilações sejam repassadas diretamente ao consumidor.
“A população e os empreendedores sentem no bolso, no dia a dia, o peso dessa política”, criticou.
Encontro com os trabalhadores
Na última semana, os senadores Rogério Carvalho (PT-SE), Jean Paul Prates (PT-RN) e Paulo Rocha (PT-PA) participaram de reunião com os líderes partidários e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para debater a greve dos petroleiros.
Os membros da bancada do PT no Senado defenderam os direitos dos grevistas e apontaram os riscos para a soberania nacional da atual política de venda de ativos da Petrobrás.
“Não vamos medir esforços para defender os trabalhadores petroleiros, a Petrobrás e a nossa soberania nacional. O petróleo é do povo brasileiro”, afirmou o líder do PT no Senado Rogério Carvalho.
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