Paim critica bônus instituído por Alckmin na USP

Paim critica bônus instituído por Alckmin na USP

Senador defendeu o sistema de quotas é a forma mais adequada de inclusão dos mais pobres.

 

Paim destacou que o sistema criado
pela USP está desagradando inclusive
os que seriam beneficiados por ele

Em vez do sistema de cotas, largamente utilizado pelas universidades públicas para assegurar o ingresso de negros, índios e pardos ao ensino superior, a Universidade de São Paulo (USP) aprovou uma fórmula muito peculiar: a concessão de bônus que podem aumentar as notas dos estudantes, conforme critérios estabelecidos pelo Conselho Universitário.

Os estudantes rejeitaram a ideia. O senador Paulo Paim (PT-RS), um dos maiores defensores das minorias no Congresso Nacional, também. “O sistema de quotas é a forma mais adequada de inclusão dos mais pobres e isso já está comprovado”, cutucou.

Ele afirmou que não conseguiu compreender as razões que levaram a USP a optar por um método de acesso totalmente diferente e que está desagradando à comunidade que, teoricamente, seria beneficiada pela fórmula. Em São Paulo, os estudantes promoveram protestos, porque exigem a implementação do sistema de cotas. Para eles, a reserva de vagas para pretos e pobres é a garantia de que eles terão acesso ao ensino superior.

Sistema de Bônus
O Conselho Universitário (CO) da USP criou um bônus que pode elevar a nota em até 5% – a depender do resultado obtido na prova – dos vestibulandos que se declararem pretos, pardos ou indígenas e tenham cursado integralmente o ensino básico em escolas públicas, e aumentou de 8% para 12% a bonificação na nota dos alunos que tenham cursado o ensino médio em escola pública; elevou de 8% para 15% a bonificação dos candidatos que fizeram o ensino fundamental e integralmente o ensino médio na rede pública. Também aumentou de 15% para 20% o bônus para o aluno que cursou integralmente o ensino fundamental na rede pública e o segundo e terceiro anos do ensino médio em escolas públicas.

Assim, o aluno preto, pardo e indígena que tiver cursado integralmente o ensino fundamental na rede pública e o segundo e terceiro anos do ensino médio em escolas públicas pode chegar a ter até 25% de sua nota do vestibular aumentada pelos bônus recebidos, a depender do seu desempenho na prova.

Em contrapartida à proposta da USP, o movimento negro propôs um projeto de lei à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo que prevê cotas para as vagas da universidade: 25% para população que se declara negra, parda e indígena; 20% para oriundos da escola pública; e 5% para pessoas com alguma deficiência.

Giselle Chassot
 

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