Reforma da Previdência

Pelo número de emendas, nem senadores querem reforma

Senadores já apresentaram 748 emendas propondo alterações na PEC 6 e na chamada PEC Paralela numa “demonstração clara de que o Senado não quer essa reforma da forma que ela está”
Pelo número de emendas, nem senadores querem reforma

Foto: Alessandro Dantas

As 748 emendas apresentadas pelos senadores propondo modificações no texto que deve ser votado na próxima semana, na avaliação do senador Paulo Paim, (PT-RS), mostram claramente que os senadores não estão satisfeitos com as modificações propostas para o sistema de Previdência Social. “São 81 senadores que apresentaram 748 emendas numa demonstração clara de que o Senado não quer essa reforma da forma que ela está”, alertou o senador.

O senador Paulo Paim (PT-RS) também afirmou nesta terça-feira (24) que o adiamento da discussão e votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 6/2019) – Reforma da Previdência de Bolsonaro – para a próxima terça-feira (1º) não trará prejuízos ao Brasil. Na visão de Paim, de fato, os trabalhadores, aposentados e pensionistas do País ganharam mais uma semana de garantia de seus direitos.

Paim afirmou que continuará realizando audiências públicas até o dia da votação para alertar a população brasileira dos pontos críticos ainda existentes na proposta do governo Bolsonaro. Para ele, 85% do total de R$ 1 trilhão do qual o governo afirma que economizará com a aprovação da reforma virá da retirada de direitos dos trabalhadores mais pobres do País.

“É justo que a regra de transição para os parlamentares seja um pedágio de 30% e a [regra de transição] do trabalhador de 100%? É justo isso? Essas coisas que não conseguimos entender”, questionou

“Essa reforma atinge, principalmente, os mais pobres. Dediquei a minha vida a defender as causas daqueles que mais precisam. Por isso, mais uma vez venho à tribuna, pedir aos senadores que pensem antes de votar”, disse ao citar a diferença nas regras de transição para trabalhadores do Regime Geral e os parlamentares.

A regra constante no projeto permite a aposentadoria das mulheres a partir dos 57 anos e para homens a partir dos 60 anos. Nos dois casos, haverá a necessidade de cumprimento de pedágio de 100% sobre o tempo faltante para a aposentadoria. Caso falta seis anos para o trabalhador se aposentar com as atuais regras, ele precisará trabalhar mais seis anos para cumprir o pedágio de 100% com as novas regras.

“É justo que a regra de transição para os parlamentares seja um pedágio de 30% e a [regra de transição] do trabalhador de 100%? É justo isso? Essas coisas que não conseguimos entender”, questionou.

To top