Reforma da Previdência

Paim quer cobrança de dívidas antes de alterar regras da Previdência

“A CPI mostrou que a Previdência é superavitária; reforma tem de ser na gestão e execução de devedores”
Paim quer cobrança de dívidas antes de alterar regras da Previdência

Foto: Alessandro Dantas

O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou nesta quinta-feira (6), em plenário, que antes mesmo de se discutir a proposta de reforma da Previdência do atual governo, o Congresso Nacional precisa debater as propostas apresentadas pela CPI da Previdência, investigação conduzida por ele em 2017.

“A CPI mostrou que a Previdência é superavitária. A reforma, no nosso entendimento, tem de ser na gestão, fiscalização, execução dos grandes devedores da Previdência, fim da Desvinculação das Receitas da União – que retirou dos cofres da Seguridade Social mais de R$ 1,5 trilhão desde que foi criada – e acabar com os programas de refinanciamento (Refis)”, explicou o senador.

A CPI comprovou após investigação, lembrou Paim, que nos últimos 32 anos os cofres da Previdência Social deixaram de receber trilhões de reais em decorrência de desvios, sonegação. Além disso, a Desvinculação de Receitas da União (DRU) também foi responsável por retirar recursos dos cofres da Seguridade Social – Assistência Social, Previdência Social e Saúde – e redirecionar para outras áreas.

“A Previdência Social brasileira é o maior distribuidor de renda do mundo. Os governos, todos, insistem na reforma. O problema não é ser contra ou a favor da reforma. Esse regime de capitalização me preocupa muito. Se meu dinheiro for mal aplicado como ocorreu no Chile, o resultado é zero no que tange ao rendimento dos meus investimentos”, disse Paim, referindo-se a mudança de regime de Previdência defendido por Paulo Guedes.

Privatizações
O senador Paulo Paim ainda pediu responsabilidade para aqueles que acreditam e defendem que as privatizações das empresas nacionais e a reforma da Previdência vão solucionar todos os problemas do País.

“Eu acho um exagero [pensar assim]. A Vale do Rio Doce foi privatizada por R$ 3,3 bilhões em 1997. Hoje [a empresa] vale R$ 304 bilhões. E o resultado são as tragédias de Mariana e Brumadinho, com centenas de mortes. Isso é fruto da incontrolável ganancia daqueles que compraram a empresa”, apontou.

 

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