Para Lindbergh, impopularidade do governo Temer deixa clara a fragilidade da aventura golpista

Para Lindbergh, impopularidade do governo Temer deixa clara a fragilidade da aventura golpista

Lindbergh: estão preparando o maior ataque aos direitos dos trabalhadores da história do PaísOs dados da pesquisa do Ibope sobre a avaliação do governo interino de Michel Temer são reveladores: divulgados na última sexta-feira, deixam clara a fragilidade dessa aventura golpista, destacou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da Minoria na Casa. “É impressionante, porque ele assumiu há pouco mais de um mês e já tem um desgaste enorme: 66% da população não confiam em Temer”, comentou o senador, em pronunciamento ao plenário. “É sempre natural que, no começo de um governo, ainda que seja um governo interino, as pessoas deem um tempo, deem um crédito. Mas não! 66% não confiam nele!”.

Lindbergh aponta essa desconfiança como um sinal de alerta: “A situação vai piorar muito!”, afirmou. Segundo o senador, essa piora vai começar quando o governo interino—sem legitimidade e sem a confiança da população—começar a implementar o verdadeiro objetivo que inspirou o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, que é fazer terra arrasada dos direitos sociais e trabalhistas duramente conquistados pelos brasileiros.

Medidas impopulares X democracia

Segundo o senador petista, a gestão provisória está preparando o maior ataque aos direitos dos trabalhadores da história do País. “Querem rasgar não só o legado de Lula, mas também o legado de Ulysses Guimarães, com a Constituição Cidadã, e o legado de Getúlio, com a CLT”.

Grande parte dos brasileiros talvez ainda não tenha conhecimento de todos os projetos de voltados para a quebra de direitos, até porque a estratégia do governo interino que é deixar o pior para depois da votação definitiva do processo do impeachment, no final de agosto. “Muita gente ainda desconhece o que vão ser a reforma da Previdência e a reforma trabalhista”.

Lindbergh ressalta que a pauta neoliberal abraçada pelos golpistas—uma pauta que assegura o lucro de poucos em detrimento dos direitos de centenas de milhões— jamais foi um projeto amigo da democracia, até porque é francamente impopular.

“Ninguém jamais seria eleito com um programa como o que Temer quer implantar”, destaca o senador. “Jamais passariam pelo crivo da população uma reforma da Previdência com idade mínima de 65 anos para aposentadoria, reforma trabalhista; terceirização; corte de gastos na educação. Isso não passaria. Era preciso um golpe parlamentar como esse para implementar essas coisas”.

Por outro lado, ainda que o governo interino use o trator da maioria parlamentar para aprovar essas retiradas de direitos, sua falta de legitimidade, aliada às medidas impopulares vão levar a um desgaste cada vez maior. “Sinceramente, acho que estamos vivendo uma nova etapa da luta de classes”.

Nova luta de classes

Luta de classes não é só no chão da fábrica, ressalta o senador. “Os trabalhadores no chão da fábrica vão ser atingidos, em especial pela reforma trabalhista, pois terceirização significa precarização, redução de salários, rasgar a CLT”.

Mas há a luta de classes também na disputa do orçamento, dos fundos públicos – no investimento dos recursos públicos, que poderão se voltar para o pagamento dos juros aos grandes especuladores ou priorizar os investimentos nos serviços necessários ao bem-estar da maioria.

“Por isso, é sempre fundamental, no bom sentido da palavra, os debates sobre o orçamento. Quando vamos discutir orçamento, justiça social, combate à desigualdade, há duas formas de fazermos o combate à desigualdade: na arrecadação e no gasto, com um sistema tributário e, depois, com um conjunto de políticas públicas nos gastos”, defendeu Lindbergh. 

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