O depoimento do empresário Walter Paulo à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos – o Carlinhos Cachoeira – reforça a necessidade de quebra do sigilo bancário e fiscal do governador goiano Marconi Perillo (PSDB). A afirmação é do relator da CPMI, Odair Cunha (PT-MG). “Há uma contradição nítida entre o que diz o governador Marconi Perillo, o que diz o senhor Wladimir Garcez – que garante que pagou em cheque – e agora o senhor Walter Paulo nos diz claramente que fez o pagamento em dinheiro”, argumentou.
Cunha acredita que o depoimento desta terça-feira (05/06) complicou ainda mais a situação do governador tucano, porque o depoente contradisse a versão apresentada anteriormente. “Eu digo que a verdade é simples e a mentira é confusa e complicada. O que nós tivemos aqui hoje foi só o aprofundamento da contradição que essa história da casa já nos traz”, declarou.
Segundo o relator, há duas hipóteses para solucionar o “mistério” da casa de Perillo. “Primeiro, que alguém está mentindo. Segundo, que o governador pode ter recebido duas vezes”. Ou seja, o tucano pode ter recebido os três cheques totalizando R$ 1,4 milhão e ainda outros R$ 1,4 milhão em dinheiro. “Afinal, ele (Marconi) recebeu esse dinheiro ou em cheque? E se recebeu o dinheiro, o que fez com ele? Depositou em sua conta? Isso precisa ser esclarecido. E a forma de esclarecer é a quebra de sigilo”, defendeu.
Rafael Noronha e Giselle Chassot
Foto externa: Agência Senado
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