O senador Paulo Paim (PT-RS) destacou, nesta segunda-feira (18), artigo do jornalista Élio Gaspari que tece duras críticas à iniciativa do ministro da Economia Paulo Guedes de reduzir a contribuição patronal para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e, ao mesmo tempo, pretende impor uma alíquota sobre seguro-desemprego.
O jornalista lembra trecho do poema Versos Íntimos, do poeta Augusto dos Anjos, que dizia em determinado trecho: “A mão que afaga é a mesma que apedreja”. Já Paulo Guedes, segundo Gaspari, “afaga para cima e apedreja para baixo”.
De acordo com a proposta da equipe econômica do governo Bolsonaro, os cidadãos que recebem seguro-desemprego pagarão contribuição previdenciária de 7,5% sob o valor do seguro-desemprego. Ao mesmo tempo, empregadores que aderirem ao programa de estímulo ao emprego serão desonerados da cota previdenciária de 20% sobre a folha de pagamento.
“O doutor Paulo Guedes garantiu a sua presença nos anais da ciência econômica: propôs a taxação dos desempregados para financiar um programa de estímulo ao emprego. Não se conhece iniciativa igual no mundo, nos séculos afora”, destacou Paim, lendo trecho do artigo de Gaspari.
Os cidadãos desempregados que recebem seguro-desemprego, que vai de R$ 998 a R$ 1.735, pagarão como contribuição previdenciária entre R$ 75 e R$ 130. “O sujeito perdeu o emprego, não tem outra renda, perde o benefício que dura apenas cinco meses e querem mordê-lo em 7,5%”, enfatizou o senador.
Paim ainda alerta para a desonestidade do programa, destacada por Gaspari. O programa de estímulo ao emprego idealizado pelo governo durará apenas até 2022. “Mas a tunga do seguro dos desempregados ficará para sempre”.