Pedido de impeachment de Temer será feito no dia 6 de dezembro

Pedido de impeachment de Temer será feito no dia 6 de dezembro

Foto: Alessandro DantasEm reunião nesta terça-feira (29), movimentos sociais, juristas e oposição ao governo ilegítimo na Câmara dos Deputados e no Senado Federal decidiram entrar com pedido de impeachment de Michel Temer na próxima terça-feira (6).

O pedido será apresentado pelas entidades da sociedade civil e será apoiado pelos parlamentares da oposição. Também será feito um pedido de alteração da Constituição permitindo a eleição direta para presidente mesmo após três anos da eleição formal.

“Acho que estamos dando a resposta certa para o tamanho da crise política violentíssima, que envolve diretamente o presidente, que cometeu crime de responsabilidade, ele fez advocacia administrativa”, afirmou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

“Há consenso de que houve crime de responsabilidade e, portanto, o impeachment é a peça concreta que cabe nesse momento”, explicou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Participaram do encontro, além de deputados e senadores, os juristas Marcelo Lavenère, Eugênio Aragão, Carlos Moura e Marcelo Neves, assim com representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT); Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); União Nacional dos Estudantes (UNE); Associação Nacional de Pós-graduação (ANP) e Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).

“A gente viu o constrangimento das perguntas de Eduardo Cunha, falando do encontro com o Zelada, que foi diretor da Petrobrás, e virão outros fatos”, comentou Lindbergh em relação ao agravamento da crise do governo ilegítimo.

“Hoje sai a nota fiscal do carro que levou Sérgio Machado de encontro a Michel Temer, temos um aprofundamento dessa crise, ele não tem condições de continuar na Presidência da República”, acrescentou.

O senador explicou que deputados petistas irão entrar com pedido de alteração na Constituição para permitir que, caso aconteça um impeachment em 2017, o processo de eleição de um novo presidente se dê por voto direito. Pelo formato atual, a eleição seria indireta, feita pelos deputados federais.

“Eu sinceramente acho que o País está em uma crise econômica, política e social do tamanho do mundo, só tem um jeito de dar força a um presidente da República, é legitimar nas urnas, aí você pode aplicar um projeto, seja ele qual for”.

Jandira ressaltou que “Michel Temer é réu confesso, é crime absolutamente explícito”. “Ele diz: eu liguei, eu interferi. Dá argumento de enviar para a AGU (Advocacia Geral da União) porque haveria conflito entre ministérios, mas isso não é verdade”.

“Era um único órgão a quem cabia a competência de decidir. Ele não entrou no meio de uma disputa entre duas estruturas de governo, ele entrou para arbitrar a favor do interesse particular de um ministro que alegou ter apartamento nesse prédio”, explicou a deputada.

Com relação ao pedido de impeachment já protocolado pelo PSOL, Jandira afirmou que “o que dá mais robustez é a sociedade civil, mais do que as representações políticas dos partidos”. “Respeitamos a representação do Psol, mas trabalhamos de forma mais ampla com os movimentos sociais”.

Agência PT de Notícias

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