Os rumos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga a rede criminosa de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, inquietou o líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo, Walter Pinheiro (BA). Ao analisar os depoimentos dos governadores Agnelo Queiroz (PT-DF) e Marconi Perillo (PSDB-GO) no final da sessão dessa quarta-feira (14/06), o senador mostrou-se preocupado com o desvio de foco da apuração dos parlamentares. “As pessoas estão tentando fazer disso uma espécie de fuga para evitar efetivamente o verdadeiro debate. O que nós queremos descobrir é como o crime organizado Cachoeira se instalou na estrutura de Estado deste País”, ressaltou.
Para Pinheiro, chegou a hora de repensar os trabalhos. Na sua avaliação, para que ele seja bem-sucedido é precisa focar nos dados e informações já disponíveis. “Esta CPMI nasceu diferente de todas as outras. Aqui os dados chegaram, os dados foram coletados antes. Então, vamos fazer o cruzamento dessas informações e fazer a verdadeira vinculação de quem é que permitiu que o crime organizado pudesse grassar”, afirmou.
O petista destacou que o ponto-central da investigação é descobrir como se organizava a rede de Cachoeira, como se espalhou, por que criou tantas empresas e em que ramos atuava, de que forma a estrutura do Estado foi utilizada e quais os contatos e caminhos de influência foram traçados.
Sobre o depoimento de Agnelo, o líder ponderou que foi importante para evidenciar a necessidade de mudar o eixo das investigações. E ainda elogiou os esclarecimentos dados pelo governador e a coragem de dizer que evitou firmar negócios com o contraventor porque tinha conhecimento do envolvimento de Cachoeira com jogos ilegais, explicitação que nenhum outro depoente fez. “Quem fala a verdade não precisa fazer encenação. A verdade, quando é dita, independe de quem é bom de discurso e de quem não. A verdade é sempre a verdade”, contatou.
Catharine Rocha
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