O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar rejeitou, por 11 votos a quatro, o recurso contra o arquivamento do processo disciplinar contra Aécio Neves (PSDB-MG). Apenas quatro senadores — José Pimentel (PT-CE), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), João Capiberibe (PSB-AP) e Lasier Martins (PSD-RS) votaram pela continuidade das apurações das denúncias que pesam sobre o tucano.
Aécio foi flagrado em um grampo autorizado pela Justiça pedindo R$ 2 milhões ao dono da empresa JBS, Joesley Batista. O tucano indicou um primo — “alguém que se possa matar antes de delatar”, segundo descrição feita pelo senador na conversa com Batista—para receber o dinheiro, cuja entrega do dinheiro foi filmada com detalhes pela Polícia Federal. Na delação feita por Joesley Batista à Procuradoria-Geral da República, Aécio também teria recebido R$ 60 milhões ilegalmente na campanha presidencial de 2014.
Em maio deste ano, o tucano foi afastado de seu mandato de senador por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na última sexta-feira (30), porém, essa decisão foi revertida pelo também ministro do STF Marco Aurélio Mello. Aécio retornou ao Senado na última terça-feira (4).
Caberia à Casa, agora, decidir o pela continuidade do tucano. A maioria do Conselho de Ética, porém, decidiu devolver a bola ao STF: “se houver condenação no Supremo, voltamos a conversar” é a frase que resume a maioria das manifestações na reunião do colegiado, na manhã desta quinta-feira (6).
O PT tem apenas um membro titular no Conselho de Ética, o senador José Pimentel, que votou pelo prosseguimento do processo contra Aécio. A senadora Regina Sousa (PT-PI) é suplente e, embora presente à reunião, só poderia votar na ausência de um titular.
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