Mais de 150 mil mulheres começam a chegar a Brasília para a Marcha das Margaridas. Em sua 7ª edição, a marcha, que é a maior do gênero na América Latina, ocorre num clima de muita esperança por parte de mulheres vindas dos mais longínquos territórios do país.
Como parte da programação das Margaridas em Brasília, o Senado promove, nesta terça-feira (14/8), às 9h, sessão especial para homenagear a Marcha – que integra a agenda nacional dos movimentos sociais do campo.
Para o senador Beto Faro (PT-PA), autor do requerimento de realização da sessão, a mobilização significa um despertar da ação feminina na busca da garantia de direitos que historicamente lhes foram negados.
“Isso retirou de gerações inteiras a capacidade de pleno desenvolvimento por meio da educação, o direito à saúde e à liberdade de serem construtoras de seu próprio destino”, afirma Beto Faro.
O movimento, que surgiu no ano 2000, reúne mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta em busca de visibilidade, reconhecimento social e político e cidadania plena.
A marcha é feita a cada quatro anos, em agosto, mês da morte da sindicalista Margarida Alves, assassinada em 1983. A estimativa é de que a marcha mais recente, em 2019, tenha reunido cerca de 100 mil mulheres em Brasília.
Heroína da Pátria
Nesta semana, o plenário do Senado também deve analisar o Projeto de Lei da Câmara (PLC 63/2018), que inscreve o nome de Margarida Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
A proposta de homenagem é iniciativa da deputada Maria do Rosário (PT-RS) e teve como relator, na Comissão de Educação, o senador Paulo Paim (PT-RS).
Margarida nasceu em 1933 e morreu em 1983, assassinada por latifundiários na porta de casa, em Alagoa Grande (PB). Ela lutava por direitos básicos dos trabalhadores rurais. Em 2000, em homenagem à líder camponesa, foi criada a Marcha das Margaridas.