“Privataria”: Congresso em Foco diz que livro é sério

O site Congresso em Foco publica, nesta segunda-feira, entrevista exclusiva com o autor do livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior. Escondido pela grande imprensa, o livro tornou-se destaque nas redes sociais, sucesso de vendas (é o sexto mais vendido nas livrarias) e pesadelo da oposição.

Autor da entrevista, o editor-executivo do site, Rudolfo Lago, é citado no livro por Amaury como o “único jornalista que publicou a história verdadeira” sobre um incidente que envolvia Amaury. Matérias publicadas à época pelos jornalões sobre a privatização diziam que o repórter confessara ter obtido ilegalmente informações sigilosas. De posse da íntegra dos depoimentos de Amaury e dos demais envolvidos, o Congresso em Foco mostrou , em matéria publicada em 23 de outubro de 2010, que o repórter era acusado de ter feito isso, mas que ele mesmo não confessara coisa alguma.

A história, porém, serve hoje como argumento para a grande imprensa e representantes da oposição classificar o autor do livro como um repórter irresponsável ou de pouca credibilidade. Essa é a justificativa oficial para uma semana de silêncio sobre um dos maiores best-sellers do momento.

Na entrevista ao site, Amaury relata os caminhos e descaminhos do processo de privatização que foi a marca do governo Fernando Henrique Cardoso. Na avaliação do site, “uma leitura isenta das 343 páginas de “A Privataria Tucana”  demonstra, que nessa história, não há santos”.
“Em primeiro lugar, impressiona o imenso conteúdo de documentos que demonstram movimentações financeiras em paraísos fiscais no mínimo estranhas de personagens devidamente identificados com o ninho tucano e o processo de privatizações, especialmente Ricardo Sérgio de Oliveira, que à época era o diretor da área internacional do Banco do Brasil. Mas também pessoas ligadas a ele ou ao processo, como João Bosco Madeiro, que comandava a Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, e os empresários Carlos Jereissati e Daniel Dantas, que disputaram as empresas formadas no processo de privatização das telecomunicações. De Daniel Dantas, chega-se à sua irmã, Verônica Dantas Rodenburg. E dela, chega-se à filha de Serra, Verônica.”

Na avaliação de Rudolfo Lago, o livro é  “uma documentação cujo conteúdo não pode mesmo ser desprezado por nenhuma pessoa honesta e que, sem dúvida, merece investigação. Que apure sua autenticidade e outros aspectos que a simples leitura do livro é incapaz de comprovar”

O livro de Amaury também questiona alguns comportamentos de integrantes do PT, já que a maior parte da documentação reproduzida no livro foi obtida pela CPI do Banestado, que movimentou o Congresso em 2003, mas terminou sem qualquer conclusão.  A CPI era presidida por um tucano, o senador à época Antero Paes de Barros (PSDB-MT), mas relatada por um petista, o então deputado José Mentor (PT-SP). “Quando agora se fala na criação de uma nova CPI para apurar o que está no livro de Amaury, a pergunta inevitável que fica é: por que não se investigou tudo àquela época?”,questiona o Congresso em Foco.

Amaury Ribeiro Junior avalia, na entrevista que  teria havido um grande acordão sobre a CPI do Banestado. “Com a multiplicação do aparecimento de personagens os mais diversos, ligados tanto à oposição quanto ao governo, e também a outros setores – o futebol, o narcotráfico, etc –, combinou-se esconder tudo”, disse o escritor.

Leia a íntegra da entrevista:

Amaury Ribeiro Jr.: assim caminhou a privataria


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