Procurado por lideranças, Paim busca “acordo razoável” para superar impasse

Desde o início dos bloqueios dos caminheiros em parte das estradas brasileiras, principalmente as do sul do País, o senador Paulo Paim (PT-RS) tem sido frequentemente procurado por lideranças de diversos segmentos para tentar mediar um acordo com o governo federal que ponha fim à paralisação do transporte de mercadorias e alimentos, para evitar o desabastecimento generalizado. Em discurso ao plenário do Senado nesta segunda-feira (2), o senador contou que estreitou o diálogo com os líderes caminhoneiros da região Sul. Como resultado, Paim conseguiu a liberação de algumas vias e ofereceu apoio às propostas que considera “razoáveis”.

“Acho justo, e inclusive defendo essas posições de aumentar o parcelamento na compra de caminhões e rever o valor dos pedágios. Isso já está praticamente acordado”, afirmou o petista. “O que está pegando mais é a questão ainda do óleo diesel, ou seja, do preço do combustível que toca os caminhões que, por sua vez, tocam o País pelas rodovias”, completou.

Estas questões colocadas por Paulo Paim serão discutidas no próximo dia 10, no Palácio do Planalto, no segundo encontro entre as lideranças dos caminhoneiros e ministros do governo. A reunião está sendo coordenada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto. “É legítimo o movimento dos caminhoneiros, só que é preciso que essas reivindicações sejam atendidas no campo da razoabilidade. E isso eu espero que se concretize no grande encontro”, observou o senador.

Na audiência da semana passada, Rossetto assentiu a vários pedidos da classe, entre elas: a sanção, sem vetos da presidenta Dilma, da Lei do Motorista, que deve ocorrer ainda nesta segunda, e o aumento da carga horária de 8h para 12h. Além disso, o governo assumiu a responsabilidade de não aumentar o preço do diesel nos próximos seis meses – embora ainda exista impasse sobre esse tema.

“Acho justo que além de suspender aumentos durante seis, sete, oito ou doze meses, haja também uma cláusula dizendo que, no momento em que o ajuste acontecer, os caminhoneiros poderão repassar para o frete”, sugeriu Paim.

Cálculos preliminares de entidades apontam que as paralisações das estradas pelo movimento grevista já causaram prejuízo superior a R$ 1 bilhão. No Rio Grande do Sul, de acordo o Sindicato de Laticínios, 5 milhões de litros de leite por dia não estão chegando às indústrias. Em Santa Catarina, frigoríficos de suínos e aves suspenderam os abates. No Mato Grosso, 20% dos produtores pararam a colheita de soja por falta de diesel nas máquinas.

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