600 pelo brasil

Senadores cobram ampliação de valor do Auxílio Emergencial

Senadores querem reverter decisão de Bolsonaro que reduziu valor do benefício para apenas 300 reais
Senadores cobram ampliação de valor do Auxílio Emergencial

Agência Senado

A bancada do PT no Senado se mobiliza para pressionar pela votação da Medida Provisória (MP 1.000/2000) e alterar o valor proposto pelo governo Bolsonaro. A MP institui o auxílio emergencial residual com pagamentos de apenas 300 reais, até dezembro, para trabalhadores e trabalhadoras afetados pela pandemia de Covid-19.

Para os senadores do PT, o valor deveria ser mantido em 600 reais, no mínimo, até o final do ano.

No momento, a MP 1.000 encontra-se na Câmara dos Deputados, sem data para ser incluída para votação no plenário da Casa. “Nós temos um quadro de alastramento da pobreza e, consequentemente, da fome no Brasil. Reduzir à metade o auxílio emergencial e excluir mais seis milhões de pessoas do benefício é uma desumanidade. Por isso, nossa bancada quer assegurar a manutenção do auxílio em R$ 600 até o fim desta pandemia”, destacou o senador Humberto Costa (PT-PE).

O governo Bolsonaro repete o método adotado no início da pandemia. De acordo com a proposta inicial, seriam três parcelas de, apenas, 200 reais. Além disso, os trabalhadores teriam seus contratos de trabalho suspensos durante o período de isolamento social e ficariam sem receber seus salários.

Após pressões de parlamentares da oposição e da sociedade civil, o valor do auxílio alcançou o valor de 600 reais. O PT apresentou proposta para pagamento de benefício no valor de um salário-mínimo, mas ela não chegou a tramitar no Congresso Nacional.

“Novamente a crueldade desse governo se revela contra os mais pobres. Reduzir pela metade o valor do benefício num período de incerteza e de alto índice de desemprego é abandonar o cidadão à própria sorte. Por isso, lutamos para manter o valor do auxílio em 600 reais até dezembro”, enfatizou o senador Paulo Rocha (PT-PA).

Importância do auxílio com desemprego recorde
O desemprego no Brasil bateu um novo recorde: 13,8% no trimestre circunscrito entre maio e julho. Em números absolutos, o percentual representa 13,13 milhões de pessoas, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada nessa quarta-feira (30), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de 13,8 é a maior da série histórica, iniciada em 2012. Trata-se de um aumento de 1,2% em relação ao trimestre anterior, de fevereiro a abril, e de 2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

O índice mostra, de acordo com o senador Paulo Paim (PT-RS), o potencial devastador na economia das famílias brasileiras com a redução pela metade do auxílio.

“Diante do recorde de desempregados, informais e desocupados, 300 reais é uma crueladade com os mais pobres. Com o aumento expressivo no preço dos alimentos, do gás e dos combustíveis, o auxílio não pode ser reduzido. O Congresso Nacional precisa pautar urgentemente a Medida Provisória 1.000 para restabelecermos o valor de 600 reais e 1200 reais para as mulheres chefes da família”, apontou o senador.

Governo omite números
O número de pessoas que receberão quatro meses do auxílio emergencial com a metade do valor aprovado pelo Congresso Nacional, em março, pode ficar acima dos 5,7 milhões que o Ministério da Cidadania vem divulgando.

A Medida Provisória (MP 999/2020) restringiu o acesso ao benefício de milhões de desempregados, trabalhadores informais e microempreendedores individuais e prevê gastos de R$ 67 bilhões para o pagamento. E aí que a conta entra numa névoa que prejudica a análise dos dados do tamanho do corte.

O economista e assessor técnico no Senado da bancada do PT, Antônio Negromonte Júnior, diz que o governo precisaria gastar R$ 100 bilhões em quatro meses para pagar os R$ 300 para todas as 67,7 milhões de pessoas que receberam o benefício original. Só que pela MP, o governo disponibilizou apenas 67 bilhões, o que significa que milhões ficarão de fora.

“O governo deixa de gastar 30% do que precisaria para pagar os 300 reais a todos os que foram beneficiados na primeira fase do programa. Como os critérios de cortes são vários e inclui a análise do imposto de renda do beneficiário, creio que muito mais gente vai ficar de fora”, diz o economista.

Campanha pressiona deputados
“As caixas e os grupos de mensagem dos parlamentares em Brasília estão lotadas, e vamos lotar mais ainda”, convoca o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, que esteve em Brasília nessa terça-feira (29) para mostrar aos parlamentares que o corte do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300 determinado por Bolsonaro é um crime contra o povo brasileiro.

A ação faz parte da campanha “600 Pelo Brasil – Coloca o Auxílio Emergencial pra votar, Maia”, lançada em 17 de setembro. Os dirigentes sindicais visitaram lideranças de blocos de mais de 15 partidos para defender importância de votar imediatamente a Medida Provisória 1.000/2020.

A Medida Provisória que prorroga o auxílio emergencial recebeu mais de 260 emendas, boa parte delas com propostas que aumentam o valor além dos R$ 300 fixados pelo governo.

Com informações da CUT

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