O corte de juros de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic) definido nesta quarta-feira (2/8) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central representa um avanço, mas ainda é pequeno diante das necessidades do país. Assim reagiram senadores do PT após o anúncio do colegiado, que pela primeira vez nos últimos três anos reduziu a taxa – de 13,75% para 13,25% ao ano.
“O Banco Central finalmente entendeu que o Brasil não merece uma taxa de juros tão alta”, afirmou o líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES). “É pouco, mas já é um aceno aos brasileiros. Juros altos só castigam os mais pobres. E essa não pode ser a finalidade de um órgão responsável pela política econômica”, completou.
Contarato lembrou, no entanto, que mesmo com a nova taxa o Brasil continua praticando a maior taxa do planeta de juro real. “Apesar da redução, o Brasil continua líder disparado nos juros e seguiremos cobrando que Campos Neto destrave seu perverso freio de mão, que tanto penaliza o povo e a nossa retomada econômica!”
Para o senador Paulo Paim (PT-RS), todos ganham com a taxa de juros mais baixa. “É preciso muito mais. Juros menores impulsionam a geração de emprego e renda, há mais investimentos no setor produtivo, a economia gira com mais facilidade, o crédito fica mais barato e as pessoas consomem mais. O país cresce e se desenvolve. Todos ganham”, declarou. “Reduzir a taxa de juros é agir em nome do interesse público, pelo bem coletivo, prezando a responsabilidade social e o respeito à cidadania brasileira.”
Na mesma linha comentou a senadora Augusta Brito (PT-CE). “É um avanço, mas ainda é muito pouco. Os juros precisam cair ainda mais para que a economia possa reagir e trazer emprego, renda e justiça social para todos e todas”, disse.
O senador Humberto Costa (PT-PE) ressaltou a mobilização de toda a sociedade pela queda dos juros, diante de indicadores econômicos animadores, como inflação baixa – com deflação nos últimos meses -, dólar caindo, Bolsa de Valores batendo recordes, aumento do nível de emprego e melhora de classificação de risco por agências internacionais.
“Vitória do Brasil! Depois de muita luta e pressão de vários setores da sociedade e do presidente Lula, o Copom reduziu a Selic. É mais um passo importante para a roda da economia voltar a girar”, disse Humberto, que também considerou a redução tímida.
“Lamento apenas porque a redução poderia ser mais significativa e espero que na próxima reunião possamos ter melhores notícias. O Brasil exige, deseja e precisa de mais ousadia nessa questão”, concluiu
A redução da taxa básica de juros tem impacto demorado na economia real, mas imediato na dívida pública do país. Estima-se que cada ponto percentual da Selic represente R$ 50 bilhões por ano em pagamento de juros da dívida. Assim, o corte de 0,5 ponto significa cerca de R$ 25 bilhões anuais de economia para os cofres públicos.
A nota divulgada pelo Copom relata que os 9 integrantes do comitê foram unânimes pela redução da Selic, mas houve divergência quanto ao tamanho da redução. O corte de 0,5 p.p. foi decidido por 5 votos a 4. Além disso, o texto sinaliza ser possível a adoção de novos cortes nas próximas reuniões. O Copom se reúne a cada 45 dias.