A bancada do PT no Senado e integrantes da legenda na Câmara dos Deputados entraram com representação junto à Procuradoria Geral da República, nesta terça-feira (14), contra o estudante Antônio Cristóvão Neto, o Queiroguinha, acusando-o de crime de usurpação de função pública, previsto no artigo 328 do Código Penal, e tráfico de influência, disposto no artigo 332, também do CP.
O líder Paulo Rocha (PT-PA), deputados e senadores do Partido dos Trabalhadores acusam o filho do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de atuar como intermediário de pedidos de recursos do Sistema Único de Saúde.
Na edição de hoje, O Globo revela que, além de intermediar a ida de prefeitos ao Ministério da Saúde para tratar da liberação de recursos e de participar de eventos oficiais com ministros, Queiroguinha, tem usado um outro expediente para turbinar a própria campanha: se apresentar como representante do governo federal em agendas na Paraíba.
Na semana passada, O Globo revelou que o filho do ministro é pré-candidato a deputado federal pelo estado da Paraíba em outubro, e vem se utilizando da posição do pai para intermediar demandas de municípios paraibanos. Queiroguinha tem sido levado pelo pai a eventos do Ministério da Saúde em que são anunciadas liberações de dinheiro público a municípios paraibanos. Nos últimos três meses, participou de ao menos cinco cerimônias.
“Há indícios – o que torna essencial uma averiguação pelo Ministério Público – de uma distorcida e nada republicana incursão de particular nas rotinas de atividades de Estado que são reservadas a quem investido de função pública nos estritos termos da lei”, acusam os senadores do PT, que subscrevem a representação oferecida ao Ministério Público Federal.
O PT quer a a instauração de inquérito para averiguação a incidência dos crimes eventualmente cometidos por Queiroguinha, além de pedido de informações ao Ministério da Saúde e aos prefeitos de São José da Lagoa Tapada, Marizópolis, Vista Serrana e São Bento que participaram de eventos com o ministro e seu filho pré-candidato a deputado.
Todos os senadores do PT assinam a denúncia: o líder Paulo Rocha e os senadores Humberto Costa (PT-PE), Fabiano Contarato (PT-ES), Jaques Wagner (PT-BA), Jean Paul Prates (PT-RN), Rogério Carvalho (PT-SE), Paulo Paim (PT-RS), além de Zenaide Maia (Pros-RN). Também subscrevem os deputados Alexandre Padilha (PT-SP), Erika Kokay (PT-DF) e Henrique Fontana (PT-RS).