junho verde

PT vai ao STF contra desmonte da educação ambiental

No Dia Nacional da Educação Ambiental (3 de junho), Partido dos Trabalhadores pede que Supremo declare inconstitucionais as medidas do governo federal que destruíram a política do setor e obrigue a sua imediata retomada
PT vai ao STF contra desmonte da educação ambiental

Walton LaVonda, USFWS/Pixnio

O Partido dos Trabalhadores (PT) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra os atos do governo federal que desmontaram as políticas públicas do setor e ignoraram a execução da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA). Na ação, os advogados do partido pedem que a Corte declare inconstitucionais os atos do Executivo e obrigue o governo federal a tomar medidas imediatas para garantir a educação ambiental no país. A ação foi provocada nesta quinta-feira (2), véspera do Dia Nacional de Educação Ambiental, celebrado nesta sexta (3).

O instrumento usado pelo PT foi uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), já que, para o partido, o governo Bolsonaro provocou violação estrutural a diversos preceitos, especialmente relacionados ao meio ambiente e à educação ambiental. O objetivo principal da ação é obrigar o governo a cumprir a Constituição.

O texto cita os diversos ataques institucionais promovidos pelo atual governo desde o primeiro ano de gestão, 2019, quando uma série de decretos esfacelou a política de meio ambiente e educação ambiental.

“É evidente que a matéria de educação ambiental está completamente negligenciada, seja no âmbito do Ministério da Educação (MEC) – que sequer mais trata sobre o tema –, bem como na estrutura do Ministério do Meio Ambiente (MMA), que trata da matéria dentro de um Departamento da Secretaria de Biodiversidade”, aponta o texto. “Tais alterações institucionais no MMA e MEC promoveram um apagamento da Educação Ambiental no âmbito do Governo Federal, sendo desativadas políticas, programas e iniciativas federais, bem como os espaços e instâncias de articulação, construção coletiva, participação e controle social que são princípios básicos da Educação Ambiental”, completa.

Apesar de admitir a autoridade do governo de promover alterações estruturais, a ação lembra que isso não pode significar o sepultamento de ações de políticas constitucionais. “Na questão em voga, o interesse público acerca da educação ambiental foi claramente definido pelo constituinte, sob tripla vertente: i) dever de implementar política de educação ambiental; ii) voltada para a defesa e proteção do meio ambiente, e; iii) que a educação é instrumento voltado ao exercício da cidadania, ao desenvolvimento humano, e a qualificação para o trabalho”, argumenta a petição.

Para o PT, “a educação ambiental, tanto mais abrangente e contínua, será elemento catalisador na formação de uma sociedade consciente e ativa a intervir no meio ambiente, compromissada com a preservação, o aproveitamento renovável e, portanto, a sustentabilidade que, ao fim constituirá uma atuação cidadã pró-vida humana”.

A ação é assinada pelos advogados Eugênio Aragão, Angelo Ferraro, Marcelo Schmidt, Gean Ferreira e Miguel Novaes.

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