Rio vive clima de guerra civil e não pode perder ‘royalties’

Tenho aprendido no convício com o Senador Crivella a respeitá-lo, a admirá-lo. Sempre quando o Senador Crivella está falando, está falando, Senador Magno Malta, com a preocupação com as pessoas que mais precisam. Muita gente no Rio me pergunta: Senador Crivella passa generosidade? Mas ele é assim mesmo no dia a dia. E tem sido uma honra atuar, Senador Magno Malta, aqui no Senado Federal, na Bancada do Rio de Janeiro, junto com o Senador Crivella.

Quero comentar também a tragédia que aconteceu com o cinegrafista Gelson Domingos. O Gelson Domingos, Senador Magno Malta, fez a minha campanha em Nova Iguaçu em 2004, foi o cinegrafista da minha campanha, era uma figura da minha idade tinha 46 eu tenho 41, com alegria, uma figura que estava sempre entusiasmada com o trabalho. Aquela morte chocou tanto o Rio de Janeiro, não só o Rio de Janeiro, o Brasil. São tantas reflexões que nós podemos tirar depois do acontecido, foi o papel do jornalista, o papel de quem está cobrindo áreas e zonas como aquela. Mas eu não quero aqui entrar muito fundo nesse debate. Não quero aqui fazer todas as reflexões. Num outro momento subirei à Tribuna. Esse caso do Gelson não pode ser esquecido, temos que tirar lições concretas de tudo isso que aconteceu naquela manha de domingo.

Essa é uma realidade, e sempre quando eu falo aqui para os Senadores e Deputados, essa é uma realidade que o Rio ainda vive, nós temos um clima de guerra civil permanente, são muitos trabalhadores, são muitas crianças que vivem sobre esse fogo cruzado, em áreas dominadas pelo tráfico.

Não tem nada pior para uma mãe, para um pai do que ter ser seu filho de dez anos, onze anos, doze anos, treze anos, um adolescente sendo criado em uma comunidade dominada pelas armas, pelo tráfico, e aqueles bandidos e marginais servindo como referência, e o medo das mães e dos pais de perderem suas crianças.

Senador Magno Malta, eu vejo e via muito isso em Nova Iguaçu, como os pais – o senhor é evangélico – ficam felizes quando as levam para a igreja, quando tem toda a sua família ali. É uma forma de você cuidar da família. Pois bem, a situação do Rio é essa. É essa situação…

Às vezes, no debate sobre os royalties, falava aqui que talvez tenha muito desconhecimento sobre a nossa realidade. Muita gente, quando os Deputados e Senadores, quando vão ao Rio de Janeiro, devem ir a Copacabana, a Ipanema e ao Leblon, não conhecem…

O Sr. Magno Malta (PR – ES) –.A imagem do Cristo.

O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco/PT – RJ) – Não conhecem os problemas e estou falando da Baixada Fluminense que V. Exª conhece, os problemas de São Gonçalo, a luta por água, água que falta na região metropolitana em mais de 40% das casas, o problema do esgotamento sanitário. Temos graves problemas na região metropolitana e não tenho dúvida de dizer uma coisa: na questão dos royalties estão cometendo uma grande injustiça com o Rio de Janeiro. O Rio está melhorando, mas ainda falta muita coisa: tem que levar UPP para todo o Rio, para a baixada, para São Gonçalo, para o interior, tem de melhorar a saúde, tem de pagar melhor salário para o professor. Vamos lutar até as últimas consequências para defender o Rio. E não é apenas o Rio, Senador Magno Malta, mas o Espírito Santo. Estamos irmanados nessa batalha e sinto que isso é fundamental neste momento: nós mostrarmos o nosso sentimento de unidade.

Hoje o Senador Crivella falou da reunião, uma reunião difícil de acontecer no Rio de Janeiro. Juntamos, o Governador juntou todo mundo, todos os partidos: DEM, PSDB, PT, PMDB, o ex-Governador Garotinho, a Prefeita Rosinha também foi junto com o Governador Cabral. E vai ter uma passeata unificada com entidades patronais, entidades sindicais. Não é uma passeata contra ninguém, é uma passeata em defesa dos nossos direitos, dos direitos do Rio de Janeiro, dos direitos do Espírito Santo, mas uma passeata que tem esse objetivo de mostrar a nossa mobilização.

Há uma distorção federativa muito grande. Apesar de termos 20 milhões de habitantes entre Rio e Espírito Santo, nossa força aqui no Senado e na Câmara Federal é uma força pequena, mas se conseguirmos sair com essa unidade vamos conseguir reforçar os nossos argumentos, fortalecer a negociação com a Presidenta Dilma, porque, de fato, a notícia que V. Exª, Senador Magno Malta, falou para gente é uma notícia alvissareira, essa de a Presidenta Dilma reconhecer que há exageros, que ela vai chamar a discussão dos royalties. Então, acho essa notícia é a melhor que temos neste debate no último período.

O Sr. Magno Malta (PR – ES) – Senador Lindbergh, os líderes estavam lá. Está ali o nosso Líder do PSC, que estava lá também entre mim e Crivella. Os líderes são testemunha de que a Presidente, ao encerrar a reunião, antes de passar a palavra para o Temer, agradeceu o apoio e, em seguida, disse: com relação ao tema colocado aqui pelos dois Senadores sobre os royalties, nós teremos uma pauta sobre esse assunto.

Em determinado momento eu cheguei a não ter esperança de ouvir isso, mas eu sabia que também não tinha direito de duvidar dela. Como tenho uma relação próxima e sou fã dessa coragem e também sou fã de… Ela não é festeira. Ela não é festeira, observa as coisas… Ela falou comigo e disse: “fique calmo, fique calmo, fique calmo!”. Nós vamos ter uma pauta sobre esse assunto e realmente há um exagero no que foi votado no Senado.

O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco/PT – RJ) – Muito obrigado, Senador Magno Malta.

Agradeço o aparte de V. Exª e o parabenizo. V. Exª tem dado grandes contribuições. V. Exª é o coordenador da mobilização dos dois Estados: Rio de Janeiro e Espírito Santo. Nós vamos fazer um ato em conjunto no dia 10. Eu estava até advogando que fossem em dias diferentes, mas V. Exª tem razão porque nós criamos uma notícia mais forte nessa quinta-feira. Volto a dizer que não é um ato contra ninguém, mas é um ato em defesa dos nossos direitos.

Quero dizer e, vou falar novamente porque esse é nosso mantra, é a marca da nossa passeata, quero dizer ao povo do Rio de Janeiro e ao povo do Brasil que nessa questão dos royalties estão cometendo uma grande injustiça contra o Rio. O Rio está melhorando, mas falta muita coisa. As UPP´s, como falei aqui, temos que levar para todo o Rio, para a Baixada, para São Gonçalo, para o interior. Tem que melhorar a saúde, tem que pagar melhor o salário do professor. Nós vamos até as últimas consequências para defender o Rio de Janeiro. É o futuro dos nossos filhos e netos que está em jogo.

Agradeço aos Srs. Senadores, agradeço ao Presidente Aníbal Diniz, Senador pelo Acre e pelo nosso partido, agradeço a tolerância do tempo e concluo convocando todos os cariocas e fluminenses para o evento do dia 10.

To top