Combate a pandemia

Senadores cobram governo por baixa execução de recursos

De acordo com o TCU, o Ministério da Saúde gastou cerca de 30% do dinheiro prometido para enfrentar a Covid-19 desde março. “Os números mostram o descaso desse governo com a saúde dos brasileiros”, destacou o senador Rogério Carvalho
Senadores cobram governo por baixa execução de recursos

Os senadores da bancada do PT reagiram com indignação a informação de que auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) detectou o represamento de recursos, por parte do governo Bolsonaro, no combate à pandemia. De acordo com o TCU, o Ministério da Saúde gastou cerca de 30% do dinheiro prometido para enfrentar a Covid-19 desde março. De R$ 38,97 bilhões reservados à pasta em ação do Orçamento sobre pandemia, foram pagos R$ 11,48 bilhões até 25 de junho.

“Os números mostram o descaso desse governo com a saúde dos brasileiros”, destacou o senador Rogério Carvalho (SE), líder da bancada do PT.

A auditoria mostra ainda que o Ministério da Saúde gastou cerca de 12% do reservado para as próprias aplicações, como compras de insumos, cerca de 40% do prometido para transferir a Estados e ao Distrito Federal e, aos municípios, 33%.

“Tanto as despesas feitas diretamente pelo ministério quanto aquelas realizadas por meio de transferências a estados e municípios ficaram muito aquém do prometido. Isso é mais uma grave irresponsabilidade administrativa do governo Bolsonaro no combate à pandemia”, aponta o senador Jean Paul Prates (PT-RN).

O senador Jaques Wagner (PT-BA) aponta que o posicionamento irresponsável de Jair Bolsonaro em meio à pandemia deve ser mais bem avaliado pelo Congresso Nacional.

“A posição do presidente em relação à pandemia é muito mal avaliada pelo Congresso Nacional. Eu diria que há uma unanimidade de condenação pela forma irresponsável e grotesca como ele trata a pandemia, brincando com a vida das pessoas. Isso fez com que ele perdesse aliados”, disse.

As bancadas do PT na Câmara e no Senado já haviam acionado o TCU cobrando do órgão uma auditoria sobre as razões da baixa execução dos recursos destinados ao combate da Covid-19.

Recorde de contaminações
O Brasil registrou recorde de número de novos casos nesta quarta (22). Foram registradas 65.339 infecções nas últimas 24 horas, o que elevou o número total para 2.231.871. O número de mortes se manteve acima de mil, com 1.293. Com isso, os óbitos chegaram 82.867.

Mesmo assim, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello afirmou, ontem, considerar inevitável que a propagação do novo Coronavírus seja acelerada no Brasil. Além disso, ele disse que o aumento de contaminações não representa o aumento do número de mortes pela doença.

“[O general] não tem a menor noção do que está fazendo no cargo de Ministro da Saúde. Comanda um ministério desmoralizado num governo que trabalha ajudando o vírus. Terrível”, criticou o senador Humberto Costa (PT-PE).

O senador Jean Paul ainda destacou o fato de ser necessária a criação de um consórcio entre os veículos de comunicação para fazer o levantamento dos dados relativos à pandemia no Brasil. O consórcio foi criado após tentativa do governo Bolsonaro tentar esconder o número diário de mortes pela Covid-19 no País.

“Não há maior certificado de incompetência para um Ministério da Saúde do que a imprensa formar um consórcio de fontes com as secretarias estaduais de saúde para divulgar dados oficiais do País sobre a pandemia. Nem para organizar estatísticas, o governo federal serviu”, apontou.

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