O retorno do Brasil à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), representado pelo presidente Lula, foi aplaudido pelos líderes na abertura da cúpula de Buenos Aires nesta terça-feira (24). Os aplausos foram pedidos pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, que disse que, sem o Brasil, a Celac fica “vazia”.
O Brasil havia rompido com a Celac, em 2019, no governo anterior.
“Como já fez em seus governos anteriores, Lula retoma um alinhamento sul-americano de forte repercussão global e impacto na governança internacional, considerando nossa participação no comércio mundial e nossos valores democráticos e civilizatórios”, disse o senador Fabiano Contarato (ES), novo líder do PT no Senado.
Durante seu discurso na abertura da 7ª reunião de cúpula da Celac, o presidente do Brasil voltou a defender a integração regional, tendo como base alicerce da confiança entre as nações. “Nada deve nos separar já que tudo nos aproxima”, afirmou Lula ao fim de seu discurso, e no qual enalteceu a busca por respostas coletivas frente a desafio globais.
A viagem à Argentina é o primeiro evento internacional de seu terceiro mandato como presidente do Brasil. Em seus encontros, Lula faz questão de enaltecer o espírito de solidariedade que o continente precisa ter frente à importância da América Latina e o papel de parceiro que o Brasil tem a desempenhar na integração e busca de solução a problemas comuns aos países da região.
“Como disse o presidente Lula, a relação Brasil-Argentina está voltando à normalidade. No nosso país, com o novo governo, muita coisa está voltando à normalidade. Não só o Brasil não conversava com mais ninguém no mundo, como ninguém queria conversar com o Brasil”, destacou o senador Humberto Costa (PT-PE).
Lula, ao longo de sua fala, mostrou o quanto seu futuro governo respeita organismos e instituições internacionais. Ao citar importância da Celac durante a pandemia, com o fortalecimento de vacinas, defendeu a contribuição e integração com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Mundial de Saúde. “Temos muito a contribuir com esses organismos”.
A participação na transição energética global foi outro ponto importante abordado pelo presidente brasileiro. “Temos matrizes energéticas diversificadas e potencial de crescimento em energias renováveis e limpas”, discursou.
E como exemplo falou que o Brasil tem alguns dos principais biomas. “Dispomos de recursos naturais estratégicos, como minerais críticos, e conservamos parte significativa da biodiversidade do planeta, chave para o futuro da humanidade.”
O presidente Lula aproveitou o encontro com diversos chefes de Estado para pedir apoio à reivindicação do Brasil para sediar a COP-30, em 2025, e disse que pretende realizar uma Cúpula dos Países Amazônicos.
Sem que as nações se fechem ao mundo, afirmou que os países da região devem liderar as discussões “com soberania” quanto a iniciativas para cuidar da floresta amazônica, presentes no Brasil, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia e Venezuela. “A região pode dar clara contribuição na construção de uma ordem mundial pacífica, baseada no diálogo, multilateralismo e construção coletiva da multipolaridade”.
“O presidente Lula restaura e lidera agenda diplomática extremamente produtiva e estratégica para o Brasil e a América Latina. Temos pela frente um trabalho multilateral, a troca de experiências e a busca por soluções que valorizem nossas riquezas”, disse Contarato.
Com informações da Agência PT de Notícias