Democracia

Senadores do PT: credibilidade das urnas gera desespero governista

Especialistas de instituições convidadas pelo TSE fracassaram na tentativa de invadir sistema de votação; para a bancada do PT no Senado, suspeitas levantadas por Bolsonaro contra sistema de votação mostram desespero
Senadores do PT: credibilidade das urnas gera desespero governista

Foto: Divulgação

Como acontece desde 2009, diversas instituições foram convidadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para testar as urnas eletrônicas. Durante três dias, especialistas em tecnologia da informação (TI) tentaram executar 29 planos de ataque aos equipamentos da urna eletrônica, sem sucesso. Com isso, foi encerrada na última sexta-feira (13) a segunda fase do teste público de segurança (TPS) do sistema eletrônico para as eleições deste ano. O resultado foi comemorado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), que considera o sistema de votação do país “sólido, confiável, imune a fraudes”.

“Participaram especialistas em TI, agentes da PF e representantes de universidades. Nos testes, nenhum grupo conseguiu violar o sigilo do voto nem interferir na apuração. O golpista vai falar o que agora?”, provocou Humberto, em referência aos reiterados ataques do presidente da República às urnas eletrônicas.

O senador lembrou que o PT perdeu muitas eleições com esse mesmo equipamento “e em nenhuma delas questionou o resultado ou pôs em dúvida a higidez do sistema eleitoral. E os brasileiros sabem disso, são confiantes no trabalho da Justiça Eleitoral”. Para ele, não faz sentido questionar algo que está posto à prova há tantos anos e vive em permanente avaliação. “Isso é choro de mau perdedor para desmerecer a democracia, que ele tenta solapar de todas as formas. Nós vamos às urnas e, tenho certeza, o Brasil responderá com muita altivez a mais esse ataque de Bolsonaro ao estado de direito.”

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) elogiou a conclusão da auditoria das urnas que, segundo ele, é mais um passo seguro para as eleições de outubro próximo. “Desde 1996, o Brasil conta com eleições limpas e uma apuração rápida que devem se repetir em 2021. A campanha bolsonarista contra a lisura de nosso sistema eleitoral é apenas choro de quem, antecipadamente, enxerga que o povo brasileiro acordou para o desejo de mudança”, resumiu.

Inauguradas em 1996, como lembrou Jean Paul, as maquininhas de votar são utilizadas em todo o país desde 2000, e são testadas no mínimo a cada dois anos, de todas as formas, sendo sempre aprovadas. Na opinião do senador Paulo Paim (PT-RS), a urna eletrônica brasileira é uma referência mundial e um exemplo de segurança para todo o planeta.

“Desde que ela foi implantada, nunca houve qualquer tipo de fraude. Ela é uma conquista da cidadania e um aperfeiçoamento da nossa democracia. A população sabe muito bem disso, tanto que os números das pesquisas sobre o tema apontam credibilidade. Quem é contrário, tem os seus interesses”, avaliou Paim.

O sucesso da eleição eletrônica, que consegue entregar a totalização dos votos em poucas horas num país continental, foi ressaltado pelo líder do PT, senador Paulo Rocha (PA). “As urnas são seguras e o povo confia nelas. Tanto que, há décadas, elege seus representantes desta forma. Os contrários a esse método eleitoral são os que querem tumultuar o país, almejando apenas o caos. A democracia aceita os diferentes, não os intolerantes.”

Apesar das suspeitas sem provas levantadas por Bolsonaro e alguns de seus apoiadores, a maioria esmagadora dos brasileiros, como salientaram os senadores do PT, confia nas urnas eletrônicas. Esse percentual varia de 68% a 82%, a depender do instituto, em pesquisas feitas nos últimos dois meses. Para o senador Fabiano Contarato (PT-ES), os números comprovam que “o descredenciamento da confiança nas urnas só remanesce em meio a um séquito muito ideológico do bolsonarismo, que age premido por paixões e não se mostra minimamente aberto ao debate racional de ideias”.

Frente a essas acusações sistemáticas, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, afirmou na sexta-feira que a questão central no processo eleitoral brasileiro de 2022 é “respeitar a escolha do povo, assumir e garantir o resultado das eleições e assegurar a soberania popular exercida pelo sufrágio universal”.

A garantia de diplomação e posse aos vencedores das urnas foi destacada por Fabiano Contarato, que enxerga nos movimentos bolsonaristas a antevisão da derrota. “É sintomático que o principal eixo da campanha de Bolsonaro seja questionar os resultados: é como se passasse recibo antecipado da ruína de seu governo, que será devidamente julgado e condenado pelas urnas em outubro. A derrota subiu-lhe a cabeça e só lhe resta a sedição e estimular sua claque golpista a uma aventura que fracassará.”

Já para o senador Rogério Carvalho (PT-SE), Bolsonaro comete crime contra o Estado Democrático de Direito e tenta criar uma cortina de fumaça para encobrir problemas reais do país.

“Nosso sistema eleitoral é um dos mais seguros do mundo. Como não tem explicações para a fome, para o desemprego, para a inflação e para o endividamento das famílias, Bolsonaro cria esses factoides para não discutir os problemas e a falta de soluções do governo dele para o Brasil real”, analisou Rogério, para quem a estratégia do presidente da República demonstra “o desespero dele diante de uma derrota inevitável”.

To top