Bolsonaro é o inimigo número um da educação brasileira. Durante os quase quatro anos de governo ele demonstrou seu total desprezo pelo setor. E, ontem (5), o governo anunciou um corte de R$ 2,4 bilhões no orçamento da União destinado ao Ministério da Educação.
Os R$ 2,4 bilhões representam 11,4% da dotação atual de despesas discricionárias do ministério.
Além de impactar as atividades do ministério, o corte também afeta universidades e institutos federais de educação, que já têm passado por enxugamentos de recursos.
“Bolsonaro quer sufocar a educação porque sabe que, com conhecimento, o povo não elege incompetente”, destacou o líder do PT, senador Paulo Rocha (PA), lembrando que o corte foi promovido em pleno período eleitoral.
Com esse bloqueio, os institutos da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica acumulam uma perda de R$ 300 milhões. Foram congelados R$ 147 milhões agora e o restante havia sido cortado em junho.
Nas universidades federais, os cortes do meio do ano e o de agora perfazem uma perda de R$ 763 milhões com relação ao que havia sido aprovado no orçamento deste ano.
“Bolsonaro quer acabar com a educação pública de qualidade no Brasil. Ele confiscou dinheiro do setor e o funcionamento das universidades está ameaçado”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH).
Já o senador Rogério Carvalho (PT-SE) classificou como “um verdadeiro absurdo” o mais novo ataque de Bolsonaro contra a educação brasileira. “O corte de verba da educação faz parte do projeto de Bolsonaro de destruir o Brasil”.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), denunciou que o corte de recursos afetará as universidades, institutos federais e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) lembra que Bolsonaro prefere comprometer o orçamento da educação e o funcionamento das universidades e institutos federais ao invés de mexer na estrutura de corrupção criada em seu governo com o orçamento secreto e a compra de apoio de parlamentares com recursos públicos.
“Bolsonaro, sem mexer em um centavo do orçamento secreto, tesoura mais uma vez o orçamento das universidades, na sua tentativa espúria de asfixiá-las. Está chegando a hora de demitir nas urnas o inimigo número um da educação”, destacou.
O assessor técnico da área de educação da Liderança do PT no Senado, Bruno Costa, apontou que o bloqueio dos recursos demonstra o total descaso do atual governo com a educação pública, além de sinalizar para um projeto de desmonte de instituições federais de ensino e de regressão a um passado no qual o ensino de qualidade era reservado às elites.
“Bolsonaro deveria ter coragem de anunciar sua intenção de fechar as portas das universidades e institutos federais de educação na propaganda eleitoral, pois é isso que vai acontecer se essa política de redução orçamentária tiver continuidade”, concluiu o especialista.