Dilma cobra de mineradora a responsabilidade por danos da enxurrada

Dilma cobra de mineradora a responsabilidade por danos da enxurrada

Occhi: “a mineradora admite que irá fazer todo o esforço para que, no tempo mais rápido, possa dar a resposta, principalmente às famílias atingidas”A presidenta Dilma Rousseff cobrou firmemente da mineradora Samarco a responsabilidade pelos danos causados em Minas Gerais e no Espírito Santo por causa da enxurrada de lama das duas barragens de rejeitos minerais que se romperam na semana passada, em Mariana (MG), informou nesta quarta-feira (11) o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, em entrevista no Palácio do Planalto.

Segundo Occhi, a presidenta falou sobre o assunto por telefone, durante a tarde, com o CEO da BHP Billiton, Andrew Mackenzie, e com o presidente da Vale, Murilo Ferreira, empresas que controlam a Samarco, e cobrou providências para a reparação dos danos às famílias atingidas e também solução para o impacto ambiental.

“A presidenta Dilma cobrou a responsabilidade da mineradora muito firmemente. E a mineradora admite que irá fazer todo o esforço para que, no tempo mais rápido [possível], possa dar a resposta, principalmente às famílias atingidas”, relatou Occhi.

Comitê de gestão da crise
A presidenta determinou também a criação de um comitê de gestão da crise ambiental provocada pelo desabamento das duas represas.

O objetivo é acompanhar de perto as ações que vão ser estabelecidas pela mineradora Samarco, proprietária das barragens que se romperam, para “uma cobrança mais rápida de soluções para as famílias que perderam seus bens materiais e de respostas principalmente aos municípios da calha do Rio Doce, que estão hoje com problemas de abastecimento de água, bem como o acompanhamento da questão ambiental”, explicou o ministro da Integração.

Para o governo, acrescentou o ministro, a mineradora tem a responsabilidade de arcar com o custo de soluções para os danos provocados pela catástrofe e defende que seja adotado um modelo de cobrança de medidas reparatórias e de punições similar ao adotado pelos Estados Unidos, quando do vazamento de petróleo no Golfo do México, em 2010, que derramou mais de 4 milhões de barris de petróleo na costa nos Estados Unidos.

Na avaliação de Occhi, os danos causados agora enxurrada de lama das barragens também não são pequenos. “Eu tive a oportunidade de visitar a região. Estamos falando aí de impactos que também destruíram rodovias mineiras, propriedades de várias pessoas. Aqueles que tinham suas plantações, a sua agricultura como uma forma de subsistência. Aqueles que tinham a criação de animais naquela região. O impacto ambiental”.

“Nós, do governo federal, já estamos com o monitoramento do impacto da captação de água. E já estamos também com alguns planos em desenvolvimento, para suprir o abastecimento de água das cidades – que deverão ser repassados à mineradora Samarco, para que ela possa providenciar a resposta imediatamente, junto aos municípios e ao governo dos estados. Ações emergenciais, como assumir as despesas de carro-pipa, da perfuração de poços, da execução de adutoras de montagem rápida e outras ações, como a mudança de captação dos mananciais existentes. Então, é uma característica individual de cada cidade – e as ações para cada cidade são diferenciadas”.

Ele informou que o comitê será composto por representantes dos ministérios da Integração Nacional; de Minas e Energia e do Meio Ambiente, bem como dos governos do Espírito Santo e de Minas Gerais, além do Ministério Público.

 

Portal Brasil

To top