Efeitos da seca serão alvo de mais ações do Governo Federal

Presidenta Dilma se reunirá com governadores do Semiárido nordestino, além de Minas Gerais, para definir novas ações pós seca. 

 

Semiário do NE sofre com o pior período
de seca dos últimos 50 anos

Disposta a reduzir ao máximo os problemas causados pelos longos períodos de estiagem que castigam a população do Semiárido Nordestino, a presidenta Dilma Rousseff se encontrará, no próximo dia 2 de abril, com os governadores de todos os estados atingidos pelo pior período de seca dos últimos 50 anos. Na reunião serão discutidas propostas e ações que permitam uma melhor convivência com a estiagem. “Eu acredito que temos que avançar e assegurar que os mecanismos de combate à seca sejam permanentes. Não é, de jeito nenhum, que vamos ficar com a mesma história todo o tempo, mas na hora que acabar a seca e vier a chuva, nós vamos ter de criar mecanismos que durem e assegurem que as pessoas não sejam atingidas”, disse a presidenta durante inauguração da primeira etapa do Sistema Adutor Pajeú, no município de Serra Talhada, em Pernambuco, nessa segunda-feira 25.

Uma das medidas que deverão estar na pauta do encontro é a criação de um novo programa de recomposição do rebanho morto em decorrência da sega. Para a presidente, é preciso haver ações que impeçam a perda de animais com a mesma intensidade que se assistiu recentemente. “Vamos ter que tratar de uma questão que é o estoque da alimentação dos rebanhos, como garantirmos que haja permanentemente um estoque de segurança de garantia dos rebanhos aqui na região”.

Extensão de prazos
O Governo Federal também aproveitará a ocasião para anunciar a prorrogação, até julho, do Bolsa Estiagem e do Garantia-Safra. Mas a presidente não descarta a necessidade de estender ainda mais o prazo desses programas, uma vez que, segundo Dilma, os benefícios serão pagos enquanto durar a seca. O Bolsa Estiagem assiste agricultores familiares com renda de até dois salários mínimos em municípios em situação de emergência ou calamidade pública. E o Garantia-Safra ajuda os agricultores que perderam suas plantações em função da seca.

Outras ações em andamento também deverão ser ampliadas pelo Governo, como o trabalho do Exército na operação carro-pipa de abastecimento e a venda de milho aos pequenos produtores a preços mais baixos que os de mercado.

Além dos nove governadores nordestinos, foram convocados para a reunião, que deverá ocorrer em Fortaleza, no Ceará, os governadores de Minas Gerais e do Espírito Santo, estados que são beneficiados pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

Repasses
Já somam mais de R$ 180 milhões os repasses, realizados apenas pelo Ministério da Integração Nacional, para medidas estruturantes e emergenciais de socorro às 10 milhões de pessoas vítimas da seca. Os recursos garantem assistência a nove estados do Nordeste (Alagoas, Maranhão, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, Paraíba, Bahia e Ceará) e em Minas Gerais, que recebeu R$ milhões nessa segunda.

Dívidas dos agricultores
O ministro da Fazenda, Guido Mantrega, também já anunciou, no final de fevereiro, a ampliação do prazo para renegociação das dívidas dos agricultores até 1º de julho e a prorrogação da contratação da linha especial de crédito para 31 de maio de 2013. Para serem atendidos pelas duas medidas – que passaram pelo crivo do Conselho Monetário Nacional (CMN) –, os produtores precisam ser enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) de atuação da Sudene. O montante do crédito especial soma R$ 2,4 bilhões, dos quais R$ 1,9 bilhão já foram emprestados aos agricultores. Esta é a terceira vez que o Governo amplia o prazo, inicialmente previsto para ser encerrado em 30 de dezembro de 2012 e depois em fevereiro deste ano. Em relação às dívidas, segundo o ministro, poderão ser renegociados aproximadamente R$ 3 bilhões.

A linha de crédito foi formulada através da MP da Seca (MP 565), relatada pelo senador Walter Pinheiro (PT-BA), destinada a atender os produtores que sofreram perdas decorrentes da seca de 2012. Pinheiro já havia adiantado a prorrogação do prazo para adesão ao programa, que inclui também a renegociação de dívidas. O prazo para o pagamento do crédito será de 10 anos, sendo três deles de carência, com uma taxa de juros de 1% ao ano. No caso de o agricultor pagar as prestações em dia, informou o ministro da Fazenda, haverá um desconto de 40%. Segundo Mantega, 250 mil pequenos agricultores poderão buscar os recursos.

Catharine Rocha, com Agência Brasil

Foto: ecodesenvolvimento.org 

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