Humberto denuncia aliança perversa entre Cunha e ‘meia dúzia’ de golpistas

Humberto denuncia aliança perversa entre Cunha e ‘meia dúzia’ de golpistas

Humberto: Sessão do Congresso para analisar vetos deve ser postergada, porque há uma aliança nociva do presidente da Câmara com alguns parlamentaresO líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), foi veemente ao criticar as manobras feitas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que operou nos bastidores para que a sessão do Congresso Nacional, destinada a manter ou derrubar vetos presidenciais, não fosse realizada nesta quarta-feira (7). “Sugiro ao presidente do Congresso Nacional que não convoque tão cedo uma nova sessão, porque houve uma aliança perversa, nociva, que reúne o presidente da Câmara com meia dúzia de parlamentares que querem desgastar e derrubar o governo. São pessoas que não tem compromisso nem com o presente e nem com o futuro; querem ver o circo pegar fogo”, acusou.

O que o presidente da Câmara Eduardo Cunha faz, nos bastidores, é controlar uma pequena bancada de deputados que são religiosamente fiéis a seu comando. Com isso, tais deputados não registraram presença nas sessões do Congresso Nacional marcadas pelo presidente Renan Calheiros na terça (6) e nesta quarta. Comenta-se que Eduardo Cunha quer que Renan inclua na pauta de votação do Senado uma PEC que restabelece o financiamento privado de campanhas eleitorais – atropelando, por sua vez, julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu pela inconstitucionalidade dessas contribuições. Na prática, o STF proibiu dinheiro de empresas nas campanhas e é isso que Cunha quer reverter.

Em discurso na tribuna do Senado, o líder do PT apontou que essa relação em defesa de interesses pessoais acaba por ser sustentada por um grupo de deputados e pouquíssimos senadores que não aceitaram até agora, um ano depois, o resultado das urnas. Então, com suas articulações, Cunha aparece como o salvador da pátria daqueles que querem desgastar o governo e derrubá-lo, porque é a única forma de chegar ao poder.

“Meia dúzia de parlamentares que não tiveram cargos na reforma ministerial querem chantagear e a aliança ali existente me faz defender que não se marque a votação dos vetos, porque eles continuarão valendo enquanto essa meia dúzia de chantagista não reúne o quórum para a sessão do Congresso”, afirmou.

TCU

Mais uma vez, Humberto Costa voltou a manifestar sobre o tom espetaculoso que o TCU quer transformar a análise de contas da presidenta Dilma de 2014. “Estranhamos o fato de que o presidente do TCU querer dar um ar de espetáculo, sendo que o parecer a ser analisado é igual a vários outros pareceres que o tribunal votou, sendo modificado ou mantido na Câmara e no Senado”, observou. Segundo Humberto, é estranho da parte do TCU transformar a análise de um processo num espetáculo, porque nunca se deu tanta publicidade a um julgamento como este de agora.

De acordo com o líder, o governo deu respostas contundentes que fulminaram os questionamentos levantados pelos técnicos do TCU em oito eixos do documento. No caso, por exemplo, do adiantamento da Caixa do pagamento do Bolsa Família, os repasse do dinheiro da União seguia nos dias seguintes para o banco, ancoradas num contrato de prestação de serviços e não era, como pensam os técnicos, uma operação financeira. Havia a compensação do saldo entre a União e a CEF.

Os técnicos questionaram que nos pagamentos do seguro desemprego, onde acontecia a mesma coisa: a CEF pagava e depois o valor era compensado com a União. O governo mostrou que era impossível estimar que em determinado mês 10, 20 ou 30 pessoas iriam pedir o seguro. No banco havia um valor xis, só que se 32 pessoas pedissem o seguro, o valor das duas seria coberto pelo banco e em seguida a União faria o repasse correspondente. Em alguns meses, havia dinheiro para pagar 30 seguros, mas só dez pessoas faziam o pedido. O valor que ficava no banco rendia juros, e esse juro voltava para a União. Onde está o empréstimo que os técnicos do TCU enxergaram?

Humberto Costa cobrou bom senso desses políticos que estão abraçados ao golpe. Devem entender e aceitar, porque dói menos. “Não convenceram os eleitores na campanha, não tem projeto para o Brasil e fazem oposição por oposição. Querem um atalho para chegar ao poder, só que o melhor caminho é esperar 2018 e disputar as eleições. Não podemos brincar com a Constituição e nem podemos dar pretexto a golpista algum”, disse o líder. 

Marcello Antunes

 

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