Humberto sublinha derrota de armação tucana com Cunha para derrubar Dilma

Humberto sublinha derrota de armação tucana com Cunha para derrubar Dilma

Humberto: “O que fez o Supremo foi dizer que o presidente da Câmara dos Deputados não pode continuar subvertendo as leis aos seus caprichos e às suas vontades”

É surreal um País onde, em nome da ética, a oposição se propõe a abraçar alguém cujo histórico todo o país conhece para apear Dilma, contra quem não pesa uma única denúncia de corrupção disse, nesta terça-feira (11), o líder do PT, Humberto Costa. Em pronunciamento ao plenário, ele mandou um recado à oposição: “Convivam com o fato de terem sido chamados de golpistas pelo próprio Supremo Tribunal Federal” 

O líder ressaltou que a decisão dos ministros Teori Zavascki e Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre dois mandados de segurança impetrados por deputados federais do PT e do PCdoB “vieram frear as investidas ilegais perpetradas em conluio entre o presidente da Câmara e partidos da oposição para jogar o Brasil na instabilidade política”.

Em discurso duro, aparteado por dois senadores petistas – Paulo Paim (RS) e Fátima Bezerra (RN)  -Humberto criticou a aliança entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e “a ala golpista da oposição” que, segundo ele, não consegue se conformar com o resultado das eleições desde 2002. ”O que disseram os ministros do STF na manhã de hoje é que está sobrestado o rito que esse Clube do Golpe estabeleceu arbitrariamente para querer dar início ao processo de impedimento de uma presidenta da República legitimamente eleita pela maioria dos brasileiros”, disparou.

Paim reforçou que não pesa uma única denúncia contra a presidenta. Fátima acrescentou que o recado do STF é claro; “Temos uma Constituição em vigor e uma ação de parlamentares não pode destoar desse texto”, afirmou, lembrando que a articulação da oposição não passa de um golpe tramado pela oposição juntamente com o presidente da Câmara”, criticou.

“O que  fez o Supremo foi dizer que o presidente da Câmara dos Deputados não pode continuar subvertendo as leis aos seus caprichos e às suas vontades e que esse pequeno déspota tem que se vergar ao que manda a Constituição e ao que já foi sumulado pela própria Corte Constitucional, que o Sr. Eduardo Cunha não pode abrir brechas na lei como abre contas na Suíça”, cutucou.

Novas articulações

Humberto destacou que a alma golpista de uma parte da oposição não se acalmou. “O presidente da Câmara e seus asseclas da oposição estão correndo para se recompor e traçar novas estratégias. Hoje pela manhã, logo depois das decisões do Supremo, a trupe se reuniu novamente retomando a cruzada para derrubar pelo golpe a presidenta Dilma do cargo a que chegou pelo voto”, criticou, antecipando que os jornais já noticiam que Eduardo C unha teria oferecido mais uma semana “para que a oposição emende “a peça  obscena que depositou na Câmara dos Deputados pedindo o impeachment da presidenta”.

Ele lembrou que a oposição chegou a soltar uma nota desastrada, pedindo o afastamento ode Cunhada presidência. “Que ninguém se engane: o senhor Eduardo Cunha age com todo o respaldo do PSDB, do DEM, do PPS, do Solidariedade, que o apoiam irrestritamente para, de forma imoral, golpear uma presidenta eleita pelo voto popular”, alertou.

Pedaladas

Sobre as acusações de que o governo continuaria a se utilizar de manobras contábeis conhecidas como “pedaladas”, Humberto disse que a decisão sobre isso cabe ao Congresso. Ele admitiu que a presidenta pode até ter cometido um erro ao usar recursos dentro de um contrato com os bancos públicos, com que eles pudessem fazer uma antecipação.” Mas qual é o crime? Deixar atrasar o Bolsa Família, o seguro-desemprego, o Minha Casa, Minha Vida e contar, dentro de um contrato com os bancos públicos, com que eles pudessem fazer uma antecipação, ou simplesmente cumprir o que esse contrato determina? Sem dúvida, o crime maior – se é que houve crime, pois crime não houve – teria sido deixar a população sem ter acesso a programas sociais importantes como esse”, defendeu.

Ele pediu bom-senso à oposição. “O fato de um governo estar com uma baixa popularidade não justifica o impeachment. Eu já disse aqui, já citei um exemplo. Está aí o exemplo do Governador de Goiás. No início de 2011, ele tinha uma popularidade tão baixa quanto a que as pesquisas registram hoje para Dilma, e foi eleito quase no primeiro turno. E é hoje considerado um potencial candidato à presidência da República. E por que Dilma é para ser cassada, e o Governador do Paraná não é para ser cassado, mesmo estando com a popularidade lá embaixo? Ou outros governadores. A maioria está com a popularidade lá embaixo. Então, nós agora vamos promover uma cassada aos governadores e à Presidenta da República?”, questionou.

E pediu que a serenidade volte a imperar.” Precisamos muito mais de gente com o perfil de Ulysses Guimarães, com o perfil de Tancredo Neves, com o perfil de JK, de João Goulart, do que aqueles que se sentem orgulhosos por atuarem imitando, não na verve nem na inteligência, mas na posição golpista, o mal lembrado Carlos Lacerda”. Recordou,

Aos golpistas, deixou um conselho: “Levem para casa mais essa vergonhosa derrota que lhes foi imposta hoje, desta vez pelo pelo STF. Digiram a acusação de que vocês têm investido contra a quebra da ordem institucional dita não pelo governo ou pelos seus aliados, mas pela mais alta Corte de Justiça do país”, concluiu Humberto.

Giselle Chassot

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