Secretário priorizou o mercado antes do anúncio de reformas

Secretário priorizou o mercado antes do anúncio de reformas

Uma simples análise da agenda pública do Secretário de Previdência Social do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, mostra que nos últimos meses o responsável técnico pela reforma da Previdência apresentada pelo governo ilegítimo de Michel Temer, priorizou encontros com representantes do setor de previdência privada, fundos de investimentos, bancos e organizações patronais. Desde que assumiu o cargo, em 21 de julho, Marcelo Caetano dedicou a esse grupo 24 encontros, enquanto se reuniu uma única vez com representantes dos trabalhadores. As centrais sindicais foram recebidas pelo secretário de Previdência um dia antes do anúncio da reforma, ocorrida no último dia 06 de dezembro.

Para o deputado Pepe Vargas (PT-RS), a divulgação da agenda do responsável pela confecção da reforma da Previdência mostra que o real objetivo da proposta é beneficiar investidores e o setor financeiro em detrimento do restante da população.

“Esse governo ilegítimo e sem voto quer beneficiar o rentismo, com a redução das despesas da União com pensões e aposentadorias, para pagar mais dinheiro aos investidores em títulos da dívida pública. Em uma outra ponta, esse governo também quer desestimular as pessoas a se aposentarem pela Previdência pública, forçando um aumento de demanda pela Previdência privada, aumentando assim o lucro desse segmento no país”, explicou o parlamentar gaúcho.

Segundo a agenda pública do Secretário de Previdência, disponível no site do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano manteve três encontros oficiais com representantes de empresas e entidades do setor de Previdência privada ou complementar. Entre elas a BrasilPrev (previdência privada), a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Complementar e Capitalização (CNseg) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). Esta última, recebida duas vezes por Marcelo Caetano.

O Secretário de Previdência participou ainda de três eventos do setor, organizados pelo banco norte-americano JP Morgan, pela empresa de consultoria em Previdência complementar Mercer Gama e pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).

Nos últimos meses, Marcelo Caetano também se notabilizou em atender pedidos de audiência com dirigentes de bancos e instituições financeiras. Entre eles o Bradesco, Santander e JP Morgan (três vezes cada um) e um encontro com representantes do Itaú, da BBM e até do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Representantes de fundos de investimentos e do mercado de capitais também foram recebidos pelo Secretário de Previdência. Como no caso da XP Investimentos e das multinacionais do setor, PIMCO e GAP Asset Management, além do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec).

Até mesmo entidades patronais receberam mais atenção do Secretário da Previdência do que os trabalhadores brasileiros. Marcelo Caetano se reuniu com representantes de várias confederações patronais, e também recebeu em Brasília dirigentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Trabalhadores
Ao contrário da atenção dispensada a outros segmentos da sociedade, o secretário da Previdência manteve apenas um encontro com representantes dos trabalhadores enquanto a reforma estava sendo construída. As centrais sindicais foram recebidas por Marcelo Caetano um dia antes do anúncio oficial da reforma, ocorrida no último dia 06 de dezembro.

PT na Câmara

 

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