Superamos a crise hidrológica e agora a conta de luz tende a cair, diz Dilma

Superamos a crise hidrológica e agora a conta de luz tende a cair, diz Dilma

Dilma Rousseff: Não tivemos qualquer racionamento como os brasileiros conviveram em 2001. Aliás, saímos de uma geração de 80 mil Megawatts em 2001 para 134 mil MW atualmenteA presidenta da República, Dilma Rousseff, apresentou hoje mais uma iniciativa para a retomada do crescimento e reversão das expectativas: o Plano de Investimento em Energia Elétrica (PIEE) que prevê a contratação, de agora até 2018, de R$ 186 bilhões em novos investimentos em geração e transmissão de energia. Desse montante, R$ 116 bilhões serão investidos em obras de geração e R$ 70 bilhões em linhas de transmissão. No evento, a presidenta destacou a robustez do sistema elétrico brasileiro ao falar da crise hidrológica que afetou o País de norte a sul.

Enquanto se apregoava que viria um apagão, o setor foi capaz de atender a demanda de todos os setores e das famílias. “Se não tivéssemos feito a redução de 18% para as famílias e de 32% para as indústrias, em 2013, hoje as tarifas estariam muito mais caras. Mas agora, ao desligar as térmicas onde o custo de produção é maior, estudos que estão sendo feitos pelos órgãos do Ministério de Minas e Energia apontam que a conta de luz cairá de 15% a 20% com a redução das bandeiras tarifárias. Essa é uma estimativa dos órgãos do Ministério”, realçou.

A presidenta Dilma recordou que de 2001 até 2014 o sistema elétrico saiu de uma oferta de 80 mil Megawatts (MW) para a atual capacidade instalada de produzir 134 mil MW. Em quatro anos de seu primeiro mandato, foram adicionados 21 mil MW, 41% da expansão total e a rede de transmissão saiu de 70 mil quilômetros para 120 mil quilômetros em 2014. “Não tivemos racionamento de energia e ao mesmo tempo enfrentamos a mais forte crise hidrológica do País dos últimos anos”, enfatizou.

O setor elétrico que passou por mudanças em seu marco regulatório, fundamentado na robustez do sistema e na modicidade tarifária (custo de produção baixo) está fincado na concepção hidrotérmica. Isso quer dizer que as hidrelétricas são fundamentais para garantir preços baixos da conta de luz e para dar segurança em momentos críticos – como ocorreu no início do ano, o sistema aciona as usinas termelétricas, embora o custo seja mais elevado. As usinas que começaram a ser desligadas, na última semana, proporcionarão economia de R$ 5,5 bilhões.

“Esse é um sistema que não trabalha com certezas lineares, mas com probabilidades porque nunca se sabe quanto e quando vai chover. Esse plano dá o horizonte de crescimento e cria um cenário para aqueles que querem investir, porque sabem que terão energia”, afirmou ela ao observar que o governo e os ministérios relacionados aos licenciamentos trabalharão da forma “fast track”, ou seja, garantir rapidez nos procedimentos de avaliação dos novos projetos.

Os investimentos contidos no PIEE somam R$ 186 bilhões, mas se considerar os que estão em curso, até 2018, os valores chegam a R$ 195 bilhões, em geração pelas hidrelétricas, PCHs – Pequenas Centrais Hidrelétricas, Eólica, Solar e Biomassa. Sobre as usinas de biomassa, Dilma falou que elas são como uma jaboticaba, porque produzem etanol como fonte de energia na matriz petrolífera e biomassa, no caso, por meio do bagaço da cana que gera energia. “Nós temos diferencial e é importante dizer que fizemos um acordo com os Estados Unidos onde nos comprometemos a aumentar para 20% na matriz energética as fontes renováveis. Trata-se de garantir que a COP 21, na França, seja um sucesso factível. Não é só o Brasil. Os Estados Unidos vão se preocupar na formação da cadeia produtiva e poderemos exportar para outros países máquinas, equipamentos, processos e serviços”, apontou.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, recordou que o sistema elétrico brasileiro chegou onde chegou pelo compromisso de Dilma quando era ministra de sua Pasta, porque estabeleceu um novo marco regulatório para o setor.

Geração

Dos novos projetos de geração de energia que devem ser contratados, o PIEE prevê que sejam investidos R$ 42 bilhões (até 2018) e outros R$ 74 bilhões (após 2018) para agregar ao sistema elétrico entre 25.000 MW e 31.500 MW. A expansão das energias renováveis – excluindo hidrelétrica e pequenas centrais hidrelétricas – corresponde a quase a metade da potência adicionada, ou entre 10.000 MW e 14.000 MW.

Transmissão

Na transmissão, até 2018 deverão ser leiloados 37.600 quilômetros de linhas, com investimentos previstos de R$ 70 bilhões, sendo R$ 39 bilhões a serem executados até 2018 e os R$ 31 bilhões restantes, após esse período.

Consolidação

No lançamento do PIEE, foi apresentada a consolidação dos investimentos contratados em anos anteriores que terão etapas a serem executadas nesse quadriênio. São mais R$ 114 bilhões a serem executados no período (R$ 92 bilhões em geração e R$ 22 bilhões em transmissão), ampliando no curto prazo a oferta de energia. Na geração, entre 2015 e 2018 serão concluídos 35.022 MW, sendo quase 12 mil MW de energia eólica, solar e biomassa.

Quando somados os investimentos que terão execução entre 2015 e 2018, parte deles do PIEE e parte proveniente dos projetos contratados anteriormente e ainda em execução, constata-se que o setor elétrico brasileiro concretizará investimentos de R$ 195 bilhões neste quadriênio, sendo R$ 134 bilhões em geração e R$ 61 bilhões em transmissão.

O PIEE consolida a base hidrotérmica do setor elétrico brasileiro, com ampliação da presença de gás natural, em substituição a combustíveis mais caros e mais poluentes, e com uma expansão crescente de outras fontes renováveis, além da hidrelétrica. O programa também aprofundará o caminho da diversificação energética, com a ampliação do uso da biomassa, da energia eólica, e da energia solar fotovoltaica.

O ponto que tende a movimentar bastante a cadeia produtiva diz respeito à micro geração e a geração distribuída, onde as residências poderão dispor de equipamentos de energia solar ligadas a uma distribuidora de energia. Quando a residência não estiver utilizando sua capacidade instalada, o excedente da energia gerada é colocada no sistema para que outros usuários aproveitem a energia.

Marcello Antunes, com informações do Blog do Planalto

Confira apresentação do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga

Assista vídeo sobre os impactos do programa

 

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