Em pronunciamento nesta quarta-feira (29/02), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) reiterou o convite ao juiz Rodrigo Capez, assessor da presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo, para que compareça à audiência pública que discutirá novamente a desocupação do Pinheirinho, na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado.
Suplicy considera “importantíssimo” ouvir o que Capez tem a dizer sobre o papel desempenhado pelo Judiciário paulista nos episódios que culminaram com a violenta expulsão de 1600 família de uma área que ocupavam há oito anos. O terreno pertence à massa falida de uma empresa do especulador Naji Nahas.
Na semana passada, a CDH realizou a primeira audiência pública para discutir o Pinheirinho. Uma nova data deverá ser marcada para o prosseguimento do debate. Nesta quinta-feira (01/03), a comissão irá discutir a ação das polícias militares do Acre, da Bahia, do Distrito Federal e do Piauí em, outros episódios de reintegração de posse.
Da Tribuna do Senado, Suplicy fez um apelo ao juiz Capez para que contribua com suas informações sobre a desocupação do Pinheirinho. Apesar de ter confirmado presença na audiência da semana passada, o juiz acabou não comparecendo, alegando “compromissos inadiáveis.
Suplicy classificou o artigo publicado por Capez na edição desta quarta-feira da Folha de São Paulo como “uma tentativa de justificar o injustificável”. No texto, sob o título de “Pinheirinho – Ideologia e fatos”, o juiz atribui a ocupação do Pinheirinho a “pessoas ligadas ao PSTU” e diz que “o planejamento” da ação da PM paulista teria evitado “mortos e feridos graves” e frustrado “quem pretendia explorar politicamente cadáveres”.
O senador quer que Capez assista às cenas de violência registradas durante a ocupação. Ele também questiona o valor da área, estimado pelo magistrado em R$ 500 milhões, já que o próprio advogado da massa falida da empresa dona do terreno calculou, em julho de 2007, que ele valesse R$ 8,2 milhões.
Com informações da Agência Senado
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