Suplicy: “há um fenômeno muito importante ocorrendo no País”

O senador ressaltou que nesta terça (18) o prefeito Fernando Haddad vai receber os manifestantes para avaliar o que pode ser feito para atendê-los.

Suplicy: “há um fenômeno muito importante ocorrendo no País”

Suplicy observou que, assim como a mobilização,
a causa cresceu e as pessoas estão saindo às
ruas para questionar

As manifestações que eclodiram por todo o País em protesto ao reajuste da passagem do transporte público foram novamente objeto de fala do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), na noite desta segunda-feira (17). Da tribuna do Senado, Suplicy avaliou que “há um fenômeno muito importante ocorrendo em nosso País”. O senador se disse impressionado com a “capacidade extraordinária” de mobilização pela internet.

“Fiquei impressionado com a página da manifestação prevista hoje para o Largo da Batata, em São Paulo, contava com mais de mais de 265 mil confirmações virtuais. Quer dizer, ainda que essas confirmações não sejam todas de pessoas que pretendam comparecer ao ato, elas mostram que a manifestação conta com a solidariedade e apoio de pessoas de outras cidades, estados e até de outros países”, destacou.

Suplicy observou que, assim como a mobilização, a causa cresceu e as pessoas estão saindo às ruas para questionar, além do o transporte público nas grandes cidades, outras pautas importantes, como nas áreas da educação, cultura, saúde e em todos os setores.

O senador Paulo Paim (PT-RS), em aparte, afirmou que a “pressão popular é legítima” e é um “símbolo do próprio processo democrático”. Ele ainda frisou que as manifestações não são contra o Governo, mas em favor de importantes bandeiras. “O importante para mim é que, ao contrário do que alguns dizem, que o movimento é contra siclano ou beltrano, tentando personalizar o movimento, o movimento não é contra ninguém, e sim a favor de grande causas. A favor da causa da educação, é a favor da causa da saúde, é a favor de um transporte descente, é a favor da mobilidade, a favor da educação”, disse.

Paim também questionou a razão do salário ter perdido o poder de compra, uma vez que a presidente Dilma Rousseff anunciou a redução de vários tributos. “Diminuíram os tributos sobre a cesta básica. A Presidenta Dilma diminuiu os impostos sobre transporte urbano, e a passagem aumentou; desoneramos as folhas de pagamento dos empresários em grande parte, e a rotatividade continuou, não diminuiu nada, fazendo com que o salário do trabalhador baixasse”, discorreu.

Abertura do diálogo
Eduardo Suplicy fez questão de noticiar a abertura de diálogo entre os governantes paulistas e o Movimento do Passe Livre, para evitar a repetição da violência que marcou o protesto da última quinta-feira (13). “Os responsáveis pela Segurança Pública, o Governador Geraldo Alckmin e o Secretário da Segurança, Fernando Grella Vieira, resolveram tomar a iniciativa de realizar uma reunião na manhã de hoje, para que os representantes pudessem informar à Polícia Militar, antes do início da manifestação, marcada para hoje a partir das 17 horas. Ali os representantes do movimento disseram ter recebido a promessa de que não serão utilizadas balas de borracha durante a manifestação”, comunicou.

O senador paulista ainda ressaltou que na manhã desta terça-feira (18) o prefeito Fernando Haddad vai receber os manifestantes para avaliar o que pode ser feito para atendê-los. “O prefeito Fernando Haddad convidou os representantes do Movimento Passe Livre e as outras organizações sociais para participar, na manhã de amanhã, a partir de 9h, na sede da Prefeitura da reunião do Conselho Municipal que vai tratar do assunto transporte público. Será uma oportunidade para que possa o prefeito, o seu secretário de Transporte, Jilmar Tatto, e outros técnicos responsáveis possam expor, para todos os que realizam essas manifestações, as opções e limitações orçamentárias da Prefeitura”, finalizou.

Catharine Rocha

 

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