O Brasil está caminhando a passos largos para um cenário de pleno emprego. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (27/9), mostra que a taxa de desocupação caiu para 6,6% no trimestre encerrado em agosto – a menor registrada para o período desde o início da série histórica, em 2012. Os dados apontam recorde também do número de pessoas ocupadas, de 102,5 milhões, enquanto os desempregados recuaram para 7,3 milhões, o nível mais baixo desde janeiro de 2015.
A redução de 1,2 ponto percentual em comparação com o mesmo trimestre de 2023 — quando o desemprego estava em 7,8% — reflete o fortalecimento do mercado de trabalho, fruto direto das políticas macroeconômicas do governo Lula. Entre junho e agosto de 2024, cerca de 1,2 milhão de novos postos foram criados.
Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, ressaltou que “a baixa desocupação reflete a expansão da demanda por trabalhadores em diversas atividades econômicas, levando a taxa de desocupação para valores próximos aos de 2013, quando o indicador estava em seu menor patamar”.
Por setores
Os empregados do setor privado chegaram a 52,9 milhões, maior contingente da série. No trimestre até agosto, a ocupação do setor cresceu 1,7%, o que equivale a mais 882 mil postos de trabalho. Na comparação anual, a alta foi de 4,9%, ou 2,5 milhões de trabalhadores a mais no setor. Mais uma vez, o setor privado teve recordes no número de empregados com carteira de trabalho assinada (38,6 milhões) e no contingente dos sem carteira de trabalho (13,2 milhões).
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No mesmo período, o Comércio foi grupamento de atividade que impulsionou a ocupação, com alta de 1,9% no trimestre, ou mais 368 mil novos trabalhadores para a população ocupada do país. O setor está com seu maior contingente na série histórica da PNAD Contínua: 19,5 milhões de trabalhadores. Os demais grupamentos de atividade não tiveram variações significativas na comparação trimestral.
Os empregados do setor público chegaram ao recorde de 12,8 milhões, com altas de 1,8% (mais 221 mil pessoas) no trimestre e de 4,3% (mais 523 mil pessoas) no ano. Essa alta vem sendo puxada pelo grupo dos servidores sem carteira assinada, que cresceu 4,5% no trimestre e 6,6% no ano, enquanto o grupo dos militares e servidores estatutários, que precisam ser aprovados em concursos públicos, ficou estável nas duas comparações.
“Embora não seja o seu maior contingente, o grupo dos empregados sem carteira assinada no setor público é o que mais tem contribuído para a expansão do total de empregados deste segmento Esses trabalhadores nem são estatutários nem são considerados trabalhadores com carteira, nos moldes da CLT. Eles têm um predomínio maior na educação fundamental, que é provida pelas prefeituras nas escolas municipais. São contratos temporários, muitas vezes regidos por lei específica”, explica Adriana.
Houve melhora também na taxa de subutilização, que inclui contratados que trabalham menos horas do que gostariam e aquelas que desistiram de procurar emprego, caiu para 16%, menor índice desde 2014. Já a população desalentada — que gostaria de trabalhar, mas não procura ocupação — recuou 5,9% no trimestre, totalizando 3,1 milhões de pessoas, o menor nível desde maio de 2016.
Lula comemora
O presidente Lula comemorou o resultado em um post da rede social Bluesky, trazendo os principais números da pesquisa. “Mais uma boa notícia para o mercado de trabalho e os empregos no Brasil: a taxa de desemprego em agosto deste ano foi a menor de toda a série histórica da PNAD, iniciada em 2012, e temos mais de 102 milhões de pessoas empregadas”, disse o presidente, concluindo de forma irônica: “Vão dizer que é sorte, mas é só trabalho”.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, falou ao Site do PT sobre os bons resultados do mercado do trabalho, apresentados pelo IBGE.
“Aqui nós vemos dois recordes históricos, tanto na menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em agosto quanto no maior número de pessoas ocupadas para o período. São dados bastante animadores que refletem a recuperação e a consolidação do nosso mercado de trabalho, e representam um passo importante que leva o Brasil a uma posição ainda mais próxima de um cenário de pleno emprego”, disse ministro.
“Os números do IBGE também confirmam, mais uma vez, o acerto das políticas implementadas pelo governo federal, em especial as voltadas ao fortalecimento da renda das famílias, a exemplo da retomada da política de valorização do salário mínimo e do aumento da faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até dois mínimos. Esse reforço nos rendimentos movimenta o comércio, e o comércio demanda produção, resultando na abertura de novos postos de trabalho”, acrescentou.
O ministro também destacou “a sabia visão do presidente Lula de que muito dinheiro na mão de poucos gera desigualdades, estagnação econômica, pobreza e miséria. Por outro lado, pouco dinheiro na mão de muitos se reflete em dignidade, em economia aquecida, fazendo a roda gigante da economia girar”.
Marinho concluiu: “Tanto os dados do IBGE como o do Caged mostram que o país, sob o comando do presidente Lula, está no caminho certo, gerando empregos e crescimento econômico. Tudo isso apesar da insistência do Banco Central em manter os juros nas alturas”.
Rendimento fica estável no trimestre e cresce 5,1% no ano
No trimestre encerrado em agosto, o rendimento médio real das pessoas ocupadas foi de R$ 3.228, sem mostrar variação estatisticamente significativa frente ao trimestre móvel anterior e com alta de 5,1% na comparação com o mesmo trimestre móvel de 2023.
Já a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 326,2 bilhões, mostrando altas de 1,7% no trimestre e de 8,3% na comparação anual.
Por setores, a indústria registrou um aumento de 7,3% nos salários, assim como a construção (6,3%) e os serviços (6,7%). A renda dos trabalhadores do comércio, transporte e administração pública cresceu, consolidando um cenário extremamente positivo para a economia nacional.
Os resultados indicam uma recuperação consistente do mercado de trabalho, impulsionada pela expansão da atividade econômica em diferentes setores e pelo crescimento da formalização. A queda do desemprego para níveis não vistos em mais de uma década é um indicativo de que o Brasil está vivendo uma ótima fase de crescimento, com mais oportunidades e melhores condições para a população.