Viana: relatório da CPI de Cachoeira ajuda o Brasil a enfrentar corrupção

Senador aponta que plenário da comissão é soberano para mudar o relatório, que apontou o envolvimento de 47 pessoas com organização criminosa.

A leitura do relatório final da CPI do Cachoeira, que deve ocorrer nesta quinta-feira, 22 de novembro, no plenário da comissão, é o caminho para avançar no combate à corrupção. A avaliação é do senador Jorge Viana (PT-AC), que subiu à tribuna do Senado para defender o trabalho do relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG). “Relatório de Odair Cunha está longe de ser uma pizza e ajuda o Brasil a enfrentar o problema da corrupção”, destaca.

A CPI investigou durante mais de 160 dias as relações de autoridades, incluindo governadores e parlamentares, além de empresários, com o esquema de corrupção montado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, também conhecido como Carlinhos Cachoeira. O contraventor deixou a prisão da Papuda, em Brasília, na noite de terça-feira, beneficiado por decisão tomada pela Justiça Federal, apesar de condenado a mais de cinco anos de prisão.

“Jamais na história da República se reuniu um banco de dados bancário e fiscal tão grande, de 117 empresas envolvidas em operações suspeitas”, apontou o senador Jorge Viana, ao falar sobre algumas das conclusões do relatório da CPI. O volume de recursos movimentados por essas empresas, que podem vir a ser investigadas de maneira aprofundada pelo Ministério Público Federal, supera os R$ 84 bilhões.

“O resultado surpreendeu aqueles que falavam que o relatório terminaria em pizza, que não daria em nada”, destacou Jorge Viana. “O deputado Odair Cunha não livrou a cara de ninguém. O relatório vai de A a Z, é suprapartidário e não livra a cara de empreiteira”. Entre os indiciados estão o empresário Fernando Cavendish, sócio-majoritário da empreiteira Delta. Outras autoridades, incluindo deputados e governadores, além de jornalistas, também são denunciados no relatório.

De acordo com o senador petista, os trabalhos da CPI se deram em um cenário de polarização política, em função das disputas partidárias. “Foi uma CPI difícil, com muitos interesses colocados. Como as investigações chegaram a governadores, prefeitos, parlamentares, empresários e empresas, funcionários e agentes públicos, é óbvio que aí se estabeleceu um confronto político, que pôde ter sido acompanhado nas transmissões ao vivo das sessões da CPI”, recordou.

As críticas feitas por parlamentares da oposição e mesmo da base aliada do governo foram rechaçadas por Jorge Viana. “Há uma coisa muito importante que eu acho que a opinião pública tem que saber: com a leitura do relatório do deputado Odair Cunha, a palavra, a posição final, passa para o plenário da CPI”, comentou. “Alguns ficaram decepcionados, mesmo sem ler o relatório, porque talvez tenham feito a aposta errada de que o relatório viria parcial ou de que o relatório viria para atender interesses de determinados setores”.

“Eu afirmo aqui que, agora, talvez, a opinião pública possa saber quem é quem. Quem, de fato, está querendo aprofundar as investigações, e quem está querendo encobrir os fatos e esconder aquilo que precisa ser investigado”, concluiu.

Assessoria de Imprensa do senador Jorge Viana

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