A Conferência Eleitoral e Programa de Governo 2024 Marco Aurélio Garcia prosseguiu neste sábado (9), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, com painel sobre a construção de um amplo plano nacional para transformar direitos humanos em política do estado brasileiro.
Com a coordenação de Camila Moreno, da Executiva Nacional do PT, a mesa “Políticas de Direitos para mudar o Brasil” foi composta pelas ministras Anielle Franco (Igualdade Racial) e Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e pelo ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos e da Cidadania).
Na abertura da apresentação, Camila Moreno relembrou declaração do presidente Lula na abertura da conferência, nesta sexta-feira (8) à noite. “Ele falou de algo muito importante, que é a disputa de narrativa, compreendendo que a eleição do ano que vem será extremamente polarizada. E, nesse momento hoje, gente, é só o PT que faz isso”, comentou sobre a realização do encontro que reúne mais de 5 mil dirigentes, militantes e pré-candidatas e pré-candidatos do Partido dos Trabalhadores.
“As ministras e nossos ministros estão aqui conversando com a base do PT, com os nossos filiados e filiadas, e o objetivo hoje é justamente esse: nos contarem um pouco de como está a construção de políticas e programas sociais que vocês podem falar no município, no território e como é que a gente se apropria disso, porque muita coisa está sendo feita [pelo governo Lula]”, comentou.
Combate à extrema-direita
Para a dirigente, após derrotar o fascismo nas urnas é preciso combater a extrema-direita na “sociedade permanentemente”.
Em sua apresentação, a ministra Anielle Franco falou sobre as ações do ministério da Igualdade Racial e explicou porque política de direitos é a “política raiz”.
“O Lula fez uma campanha de 2022 super difícil, falando desses tópicos. E a gente sabe que, dentro desses tópicos principais, a nossa democracia não é perfeita, a gente precisa cada vez mais se fortalecer e construir e isso só acontece graças a cada um de vocês que estão aqui, graças a quem está na militância, no movimento, no partido”, disse Anielle.
“Por que você fala de preto?”
Segundo a ministra, o governo avança em políticas de reserva de vagas para pessoas negras na administração pública federal e renovação da criação da política de cotas, por exemplo.
“Não foi simples. Foi uma construção dentro do Congresso que também foi diária. A gente fica vários dias e várias semanas e meses dialogando porque a gente está disputando com pessoas que pensam que lei de cotas é mimimi”, afirmou. “A gente entrava e eu escutei isso de um deputado que falou para mim: ‘Você quer defender cotas de preto? Você é até bonita, por que você fala de preto?’ Esse é o tipo de mentalidade que, infelizmente, está naquele lugar.”
Anielle falou sobre temas como a disputa de território, que o racismo ambiental, e racismo habitacional, “uma coisa que a gente tem lutado há muito tempo”.
Políticas integradas
Antes de passar a palavra para Esther Dweck, Camila Moreno contou como foi definida em que mesa a ministra participaria. “Ela mesma e a sua assessoria nos disseram ‘a gente vai estar na mesa de direitos’, porque a gente não constrói gestão e inovação sem pensar uma política de direitos” que, necessariamente, passa por um ministério com o do Gestão e Inovação em Serviços Públicos.
A ministra Esther Dweck falou sobre a importância de seu ministério no suporte a todos os outros na execução das políticas públicas. “Não existe essa separação entre economia e social. Se a gente não olhar as políticas de forma integrada, a gente não vai conseguir fazer a [transformação] da sociedade brasileira que a gente precisa”, relatou.
Ao falar sobre o anúncio de concurso público no governo federal, a ministra relatou uma ligação do presidente Lula cobrando a abertura de contratações de servidores em áreas sociais, estrutura que foi desmontada durante o governo Bolsonaro. “É um pouco desse cenário que a gente encontrou quando voltou para o governo”, contou.