Reportagem da Folha de S. Paulo sobre reforma política é mentirosa


Jornal diz que PT apoiou reforma que o partido combateu; propostas de moralização das campanhas do partido foram derrubadas.

Uma mentira está sendo divulgada pela Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (16/09), na reportagem Senado vota projeto que extingue prisão para boca de urna, assinada pelos repórteres Ranier Bragon e Gabriela Guerreiro.

O texto trata da minirreforma eleitoral que tramita no Senado, patrocinada principalmente pelo PMDB, tendo o senador Romero Jucá como principal defensor das mudanças que compõem a “minirreforma”.

Os senadores do PT apresentaram propostas diferentes das que o texto menciona – financiamento público, limite de doações de pessoas físicas, apresentação das doações em tempo real na internet, fim da contratação de cabos eleitorais, entre outras –, mas todas foram derrubadas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Nenhuma delas foi aprovada na Comissão para, em seguida, ser votada em plenário.

Mesmos vencidos na Comissão, a bancada do PT pretende apresentar seus projetos como emendas, quando o texto for posto em votação no plenário, agora com a expectativa de que elas possam ser aprovadas diante de um número maior de votantes. Vários senadores do PT subiram à tribuna do plenário durante a semana passada em defesa de suas propostas, ao mesmo tempo em criticaram a oportunidade perdida pela CCJ para aprovar mudanças substanciais. Quem tem acompanhado o debate na comissão, nas duas últimas semanas, presenciou o PT reclamando da timidez da reforma, que os senadores do PT consideram “cosmética”.

Nada disso aparece no texto da reportagem. Pelo contrário, os dois repórteres atribuem ao PT apoio às medidas em que o partido foi contra.

Abaixo, os esclarecimentos sobre o texto da Folha:

“Apelidada de minirreforma eleitoral, a proposta relatada por Romero Jucá (PMDB-RR) tem apoio dos dois principais partidos no Senado, PT e PMDB, e é difundida pelos parlamentares como um ajuste para moralizar e reduzir os custos das campanhas”.

A proposta que está pronta para ser votada não tem nenhuma colaboração de senadores do PT. Várias sugestões de senadores do PT para baratear o custo das campanhas eleitorais, entre elas a contratação de cabos eleitorais, foram retiradas do texto final do relator, senador Romero Jucá (PMDB-AP).

“A intenção de Jucá e do PT é que as mudanças, que ainda têm que ser analisadas pela Câmara, valham já para as eleições de 2014”.

O PT não tem intenção alguma na minirreforma tal qual está sendo apresentada.

“Na sessão da última quarta, Jucá e o PT tentaram aprovar o texto em votação simbólica (sem registro nominal dos votos) no plenário, no final da noite, sob o argumento de que o prazo para que as medidas entrem em vigor em 2014 está se esgotando”.

Pelo contrário, na sessão citada, da última quarta-feira (14/09),vários senadores do PT pediram a palavra para criticar seu caráter cosmético.

O PT não tentou aprovar coisa alguma – pelo contrário: vários de seus senadores pediram a palavra para criticar as mudanças sugeridas pelo projeto.

Notas taquigráficas do Senado da sessão de 14/09/2013 Senado Federal

Leia também as matérias sobre os debates que desmentem a Folha:

Em pauta no Senado, PT critica mediocridade da minirreforma eleitoral – Site da Liderança do PT no Senado

PT tenta acabar com doações privadas em campanhas eleitorais mas é vencido – Site da Liderança no Senado

Minirreforma eleitoral: PT lamenta timidez do texto aprovado pelo Senado Site da Liderança do PT no Senado

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