O Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) terá uma nova modalidade, a Bolsa de Desenvolvimento Tecnológico no Exterior. Diferentemente das demais bolsas oferecidas pelo programa, ela não será destinada à formação acadêmica, mas a especialistas, tecnólogos e efetivo técnico-científico para o desenvolvimento de projetos de pesquisa, estudos, treinamentos e capacitação por meio de estágios e cursos que devem durar de um a 12 meses.
O edital ainda está sendo preparado. De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, a seleção será semelhante ao dos estudantes para o CsF, mas ao invés de apresentados pelos estudantes, os projetos serão enviados pelas empresas e instituições de pesquisa interessadas. O pesquisador será selecionado pela própria instituição para o curso e continuará recebendo o salário. De acordo com Oliva, ele deve ganhar também uma bolsa-estudo.
“O candidato deve manter o vínculo empregatício. Além do salário, deve receber uma bolsa para complementar o que ganha e ter condições de viver no exterior”, diz Oliva. “São pessoas que já trabalham no setor e que podem beneficiar a empresa ou o instituto. Não está indo para fazer uma graduação, está saindo do Brasil com um foco específico que pode ser um sistema de automação, um sistema de controle, algo para melhorar a qualidade da produção”.
A nova modalidade terá duas categorias, Júnior e Sênior. De acordo com o nível do bolsista, os valores recebidos também devem ser diferentes. As áreas beneficiadas serão as mesmas do CsF: ciências exatas – matemática, química e biologia-; engenharias; áreas tecnológicas e da saúde. Oliva acredita que as maiores adesões serão de micro, pequenas e médias empresas, pelo caráter de investimento em inovação característico dessas instituições.
Para o presidente, a modalidade servirá de impulso para que o país cresça em setores que estão começando a deslanchar economicamente e tecnologicamente como a nanotecnologia – utilizada para criar novos materiais, produtos e processos por meio da manipulação de átomos e moléculas. Segundo o presidente, é preciso ser competitivo em áreas estratégicas.
“Temos que aproveitar as oportunidades que estão abertas. Se, em dez anos, não conseguirmos entrar nesse ‘trem’, não conseguiremos mais. Por exemplo, o Brasil perdeu o ‘trem’ dos semicondutores. É possível que tenha uma indústria de nicho, mas dificilmente será um grande produtor”, diz.
Agência Brasil