Angela: O alvo maior é implantar um programa econômico que não foi o que as urnas consagraram nas eleições de 2014O encontro que decretou a saída do PMDB da base de apoio ao governo foi um verdadeiro espetáculo de cinismo, de acordo com a senadora Angela Portela (PT-RR). Isso porque a sigla divide o governo federal com o PT há 13 anos, detendo sete ministérios e ocupando cerca de 600 cargos na administração pública.
“O partido [PMDB] deixa a coalizão de governo em uma sessão patética de três minutos [de duração], sem maiores explicações à nação, confiando talvez que os brasileiros sejam estúpidos, para não perceber o oportunismo grosseiro dessa manobra”, criticou a senadora, nesta quarta-feira (30), em discurso ao plenário.
Para ela, o sentido do rompimento foi outro: aderir de forma ostensiva ao grupo que procura desferir um golpe contra a democracia brasileira. “Trata-se de derrubar do poder uma presidenta eticamente impecável e democraticamente eleita, com 54 milhões de votos”, disse.
Angela lembrou que os peemedebistas agora afirmam não terem responsabilidade pela gestão da presidenta Dilma Rousseff. No entanto, quando era para usufruir da aprovação popular dos incontáveis acertos dos governos petistas, “eles não diziam isso”. “Na hora de compor a administração federal, estapeavam-se para ter o maior número possível de ministérios, de secretarias e de cargos no governo”, afirmou.
Sobre o processo de impeachment em andamento da Câmara, a senadora destacou que esse instrumento constitucional está sendo usado para remover um governante que não cometeu qualquer crime de responsabilidade. O objetivo, segundo Angela, é “assaltar o poder, tomá-lo sem voto”.
“Isso se faria para entronizar no governo inúmeros políticos acusados dos mais diversos crimes, investigados, e alguns deles até já denunciados na Justiça”, denunciou a parlamentar.
Ela acrescentou que os golpistas não têm responsabilidade e que, ao invés de ajudar o País a superar a crise, não fazem outra coisa que não atrapalhar todas as tentativas da presidenta Dilma de enfrentar o ajuste fiscal e de retomar o desenvolvimento econômico.
“O alvo maior é implantar um programa econômico que não foi o que as urnas consagraram nas eleições de 2014. Um programa absolutamente ruinoso para os trabalhadores”, disse Angela, exemplificando a tentativa de emplacar propostas retrógadas como implantar a terceirização em todo o mercado de trabalho e “violentar” os direitos garantidos pela CLT.
“É contra isso que os brasileiros devem lutar, repudiando, com todas as forças, esse golpe contra o voto popular e o pacote de infelicidades que ele nos trará”, finalizou a senadora.
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