Paim quer manter contratação de pessoas com deficiência

Senador diz que regra elevou percentual de pessoas com deficiência com fonte de renda própria. 

Paim quer manter contratação de pessoas com deficiência

“O direito ao trabalho não pode ser negado”

O senador Paulo Paim (PT-RS) manifestou grande preocupação com as iniciativas parlamentares, atualmente em tramitação na Casa, que visam a flexibilizar as cotas para contratação de pessoas com deficiências pela empresas. “As cotas são uma conquista Movimento pelos Direitos das Pessoas com Deficiência. Graças a elas, tivemos, na última década um crescimento expressivo da presença dessas pessoas no mercado de trabalho. Em dez anos, o contingente de pessoas com deficiência que exercem alguma atividade remunerada  saltou de 55% para 66,5% do universo dos portadores de deficiência”, lembrou o senador.

“O direito ao trabalho não pode ser negado”, alertou Paim. Ele citou o desembargador Ricardo Tadeu, que aponta o Brasil como país de destaque nas políticas de inclusão. Hoje, mais de 320 mil pessoas com deficiência estão empregadas. “Isso graças à lei das cotas às pessoas com deficiência. Esse fato nos tem situado como referência na matéria em nível internacional”, afirmou o senador. Pela legislação brasileira, toda empresa com mais de 100 empregados precisa assegurar vagas para trabalhadores com algum tipo de deficiência.

“Existem diversas alternativas para ampliarmos o número de pessoas com deficiência empregadas sem precarizar, como eu notei em alguns projetos a lei de cotas”, avaliou. “Qualquer delas é fácil de implementar e não acarreta custos para a empresa. Ela prepara esse trabalhador ou trabalhadora, que passa a produzir e que tem mostrado enorme potencial, já que a sua capacidade é numa área, mas ele é muito competente em outras áreas”. 

Paim apelou ao Senado para que não ceda aos “apelos preconceituosos contra a lei de cotas às pessoas com deficiência”. Ele teme que a rediscussão do tema traga o risco de retrocesso. Os projetos que preocupam Paim são o PL nº 118/2011, que faculta às empresas preencherem as vagas destinadas a pessoas com deficiência a contratação de aprendizes com deficiência, o PLS nº 269/2010, que permite às empresas escolher entre contratar pessoas com deficiência ou patrocinar esportes paralímpicos, e o PL nº 234, que permite a sanção pecuniária às empresas que descumprirem a lei.

“Não queremos negar que existem desafios a vencer para a efetiva inclusão laboral das pessoas com deficiência. Tampouco estamos responsabilizando exclusivamente os empresários brasileiros pela baixa empregabilidade dessas pessoas, pois o Estado também tem a sua parcela a dar nesta afirmação”, ponderou o senador. Ele defendeu a elaboração de políticas públicas voltadas para a formação técnica e a qualificação de pessoas com deficiência para o trabalho, “mas isso não deve nos deixar esquecer que a maior barreira enfrentada pela pessoa com deficiência no acesso ao mundo trabalho ainda é o preconceito, é associação feita entre deficiência e incapacidade”.

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