Justiça

Após anos de obstrução, Brasil descobre a verdade sobre mandantes das execuções de Marielle e Anderson 

Mandantes só foram descobertos após federalização do caso, e com o trabalho em sintonia de PF, MPF e STF. “Finalmente os responsáveis serão punidos”, destaca Beto Faro

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Após anos de obstrução, Brasil descobre a verdade sobre mandantes das execuções de Marielle e Anderson 

Senadores repercutem prisão de suspeitos de serem os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson

Na manhã do último domingo (24/3), a Polícia Federal prendeu Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro; Chiquinho Brazão, deputado federal pelo Rio de Janeiro; e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro. Todos eles são suspeitos de mandar matar a ex-vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. 

“Depois de seis anos, finalmente os responsáveis serão punidos”, destacou o líder do PT no Senado, Beto Faro (PA). 

“Um grande alívio, após uma espera angustiante de mais de seis anos. Que a justiça por Marielle e pelo motorista finalmente se faça. Que a verdade prevaleça e revele todos os fatos. Solidariedade aos familiares”, afirmou o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. 

Já o senador Rogério Carvalho (PT-SE) apontou que a prisão dos suspeitos representa um importante passo rumo à justiça.  

“É fundamental que todos os responsáveis sejam identificados e punidos de acordo com a lei”, enfatizou. 

Marielle e Anderson foram assassinados em 14 de março de 2018, durante a intervenção federal sob comando do general Braga Neto, no governo Temer. Um dos presos nesta manhã, o delegado Rivaldo Barbosa, foi nomeado para a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro pelo general Braga Neto, na véspera do crime. 

A intervenção federal no Rio de Janeiro foi decretada pelo então presidente Michel Temer, em 16 de fevereiro de 2018, com a “missão” de “dar respostas duras e firmes’, segundo ele. Com a intervenção, as Forças Armadas assumiram a responsabilidade do comando da Secretaria de Segurança e das polícias Civil e Militar no estado do Rio. 

“Um deputado federal, um conselheiro do Tribunal de Contas e um ex-delegado da Polícia Civil suspeitos e presos por serem mandantes do assassinato. Esse povo ocupa cargos nas instituições, o que torna o crime mais grave”, apontou a senadora Teresa Leitão (PT-PE). 

O senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado apontou a impressionante conexão entre o ex-presidente e importantes figuras ligadas ao assassinato de Marielle e Anderson. 

“Bolsonaro era vizinho de miliciano e já empregou e homenageou milicianos. Seu candidato a vice, Braga Neto, nomeou o ex-chefe da Polícia Civil acusado de participar do crime contra Marielle e Anderson. Brazão fez campanha pra Bolsonaro no ano passado. Entenderam?”, questionou o senador. 

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) também apontou os anos de espera e negligência que impediram um rápido desfecho da investigação para o caso.  

“Nada vai trazer os dois de volta, mas a Justiça é o mínimo de resposta que a família, os amigos e todos nós precisamos”, afirmou Contarato.

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