Ataque à democracia

Bolsonaro admite não ter provas de fraude e aposta no golpismo

Presidente cometeu mais um crime ao utilizar estrutura da TV Brasil para disseminar notícias falsas e atacar a democracia, mesmo admitindo não ter provas de fraudes no processo eleitoral brasileiro. Senadores condenam namoro com o golpismo e pedem união em defesa das instituições
Bolsonaro admite não ter provas de fraude e aposta no golpismo

Foto: Reprodução

Durante duas horas, Bolsonaro desfilou uma sequência de notícias falsas e vídeos já desmentidos por órgãos oficiais. Ao lado do presidente, estava um “especialista” apresentado por ele apenas como “Eduardo, analista de inteligência”. A dupla pitoresca chegou a divertir a imprensa ao apresentar “indícios” de conluio baseados em depoimento de astrólogo que faz acupuntura com pregos em árvores.

“Não é só com palavras que ele [Bolsonaro] ataca a democracia. As ações são sempre nessa direção. O surpreendente não é Bolsonaro conspirar contra a República atacando o sistema eleitoral com vídeos toscos de WhatsApp, mas existir gente que acredita nele”, avaliou o senador Paulo Rocha (PA), líder da bancada do PT.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) destacou que Bolsonaro é resultado das graves transgressões cometidas pela Lava Jato contra o devido processo legal para perseguir e condenar, sem provas, cidadãos. Num passado recente, os procuradores de Curitiba também abdicaram das provas para fazer valer a “convicção”. Assim, a operação abriu as portas para esse tipo de ataque à democracia, agora, patrocinado por Bolsonaro.

“‘Não temos provas, mas indícios’, diz Bolsonaro em mais uma tramoia contra o Brasil. A consequência mais grave dos ‘indícios’ que a Lava Jato tinha contra o Lula é termos esse embuste como presidente e tantas vidas perdidas por ambição. Fora Bolsonaro”, pediu o senador Rogério Carvalho.

Defesa da democracia
Na avaliação do senador Humberto Costa (PT-PE), é necessária uma forte reação de todos aqueles que defendem o Estado Democrático de Direito frente aos ataques sistemáticos que Bolsonaro faz à democracia brasileira.

“Cabe a todos nós, que defendemos o Estado Democrático de Direito, deixarmos de lado as nossas diferenças e nos unirmos contra essa tentativa de desmoralizar as nossas instituições”, disse.

Além disso, o senador destaca o fato de Bolsonaro ter cometido mais um crime de responsabilidade ao utilizar a estrutura da TV Brasil, recursos públicos e a cadeira presidencial para disseminar notícias falsas e atacar a democracia.

“Bolsonaro fez uma TV Pública transmitir ao vivo suas mentiras e cometeu um claro crime de responsabilidade, ameaçando o sistema democrático no país. Foi o maior ataque ao direito de voto desde a redemocratização. E o mais grave: usando a estrutura do Estado Brasileiro para isso”, concluiu.

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