Projeto do PT

Comissão aprova registro de identidade com duas mães ou dois pais

Proposta de Fabiano Contarato (PT-ES) que garante direito elementar a famílias homoafetivas foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos e segue para decisão terminativa na Comissão de Constituição e Justiça

Foto: Alessandro Dantas

Comissão aprova registro de identidade com duas mães ou dois pais

Para Fabiano Contarato, projeto garante direito elementar

Um direito elementar das famílias homoafetivas deu mais um passo para se tornar realidade nesta quarta-feira (13/9). A Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovou o projeto de lei que garante o registro de duas mães ou dois pais em documentos de identificação.

O texto (PL 2.356/2022), do líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES), segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde terá decisão terminativa, ou seja, vai diretamente à Câmara caso não haja recurso para votação em Plenário.

Pela proposta, a certidão de nascimento, a carteira de identidade e o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) conterão o nome do pai ou da mãe, quando qualquer deles for o declarante, garantindo-se o registro da dupla maternidade, dupla paternidade ou de família monoparental, conforme o caso.

A proposta visa a assegurar que os pais e mães em núcleos familiares homoafetivos exerçam plenamente a sua parentalidade, sendo inclusive reconhecidos perante a Receita Federal no registro no CPF, agora considerado o principal número de identificação.

“É preocupante o fato de que diversos sistemas e bancos de dados públicos, como o CPF da Receita Federal, ignorem famílias de dupla maternidade ou paternidade ao só vincularem o cadastro ou o acesso a direitos e benefícios sociais ao nome de uma mãe”, advertiu o senador.

“Quando são duas mães, portanto, uma acaba aleatoriamente suprimida da ficha. No caso de dois pais, um deles se vê obrigado a assinar como mãe, mesmo que isso vá contra seu relacionamento parental com os filhos, que também é o caso de famílias monoparentais masculinas”, explicou.

“Em todos os casos e cada vez mais, essas famílias são impelidas a recorrer ao Poder Judiciário ao serem impedidas de exercer seus direitos plenamente como as demais”, afirma Contarato.

Ele agradeceu ao relator, Alessandro Vieira (MDB-SE), pelo relatório favorável e pelo apoio dos demais parlamentares a “essa importante iniciativa que protege todas as formas de constituição de família encontradas na sociedade”.

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