Crise econômica e social

“É assustadora a conjuntura que se apresenta”, critica Paim

Paim mostra preocupação com possível tentativa do governo Bolsonaro em acabar com valorização do salário mínimo acima da inflação
“É assustadora a conjuntura que se apresenta”, critica Paim

Foto: Alessandro Dantas

O senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou uma série de dados econômicos que devem impactar diretamente o cidadão brasileiro. Nesta sexta-feira (5), destacou Paim, informações veiculadas no site de O Globo afirmam que o Ministério da Economia deve levar adiante a proposta de reajuste do salário mínimo apenas com base na inflação.

Desde 2007, durante o governo do ex-presidente Lula, o reajuste leva em consideração, além da inflação do último ano, o crescimento do (PIB) Produto Interno Bruto de 2 anos antes. O objetivo, ao excluir a correção pelo PIB, é ajudar no equilíbrio das contas públicas.

“Isso significa que aqueles que são mais pobres vão ter um prejuízo enorme nos seus vencimentos. O governo argumenta que se retirar o PIB do reajuste do salário mínimo, haverá uma economia de 7,6 bilhões de reais. Tirar de quem ganha um salário mínimo para fazer economia achando que vai resolver algo? Não vai resolver nada. [Governo] está tirando o dinheiro do remédio, da alimentação, do aluguel”, criticou.

A bancada do PT no Senado apresentou no início do ano que garante a quem recebe o salário mínimo um ganho real (acima da inflação) de pelo menos 1% todos os anos. O texto retoma e estende até 2023 as regras da política de valorização do salário mínimo, que tinha validade até janeiro deste ano.

“A política de recuperação do salário mínimo foi a responsável por 40% da redução da pobreza. A política é muito simples: acrescentar, a cada ano, o crescimento do PIB de dois anos anteriores e a inflação”, explicou Rogério Carvalho à época da apresentação do projeto.

Percentual recorde de famílias endividadas
O senador também destacou pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada ontem (4). O percentual de famílias brasileiras com dívidas (em atraso ou não), de acordo com o levantamento, chegou a 62,4% em março deste ano. O índice é superior aos 61,5% de fevereiro deste ano e aos 61,2% de março do ano passado.

De acordo com a CNC, esse é o maior patamar de endividamento das famílias desde setembro de 2015.

Outro dado preocupante apontado por Paim, é o novo anúncio de aumento do preço da gasolina. A Petrobras vai elevar, a partir de hoje, o preço médio da gasolina nas refinarias em 5,6%. Apenas esse ano, o diesel teve aumento de 18,5%. “Todos sabemos que, direta ou indiretamente, o preço da gasolina tem impacto no valor dos transportes e dos alimentos, por exemplo”, elencou.

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