Fátima: [gestão interina] é um governo com outro projeto, outra agenda, que é a da entrega do Brasil ao capital internacionalSem um voto nas urnas, as propostas atabalhoadas do governo ilegítimo de Michel Temer não ganhariam votos porque afetam a vida dos trabalhadores, mas garantem as benesses para o andar de cima. “O governo biônico de Temer que quer privatizar da água à energia, entregar todo o patrimônio aos interesses internacionais, não é neoliberal. É ultraliberal. É um governo que faz inveja aos tucanos”, afirmou a senadora Fátima Bezerra na tarde desta segunda-feira (4), em discurso na tribuna do Senado.
Fátima criticou a retirada de direitos, que entrou na pauta do governo biônico e que consiste, entre outras coisas, em acabar com as aposentadorias especiais para o magistério. “Isso é um acinte e não vai passar”, rechaçou.
A senadora disse que os movimentos sociais ligados à Educação e à Saúde, assim como outras categorias, devem continuar mobilizadas para não permitir que qualquer direito conquistado nos últimos anos seja jogado fora por essa agenda política entreguista do governo ilegítimo de Temer. Para Fátima, o governo interino nasceu conflituoso e tem gerado um conflito social permanente. Suas propostas, retrógradas, são radicalmente opostas àquelas aprovadas pelas urnas.
“Infelizmente, em função do processo de impeachment, repito, que não se sustenta, que vai passar para a história contemporânea como a maior fraude jurídica, a maior farsa política, que temos hoje a democracia totalmente violentada. É um governo com outro projeto, outra agenda, que é a da entrega do Brasil ao capital internacional”, afirmou.
Fátima considera que essa agenda coloca em risco a soberania nacional, porque “há uma sede, uma vontade de vender o patrimônio do País a qualquer custo”. “Já estão em andamento projetos para mudar os marcos regulatórios e assim facilitar o desmonte do Estado”, observou.
Se de um lado o governo biônico quer vender o patrimônio para o capital internacional, de outro, também quer acabar com os direitos. Exemplo disso é a proposta para igualar a idade de aposentadorias no setor privado, aos 75 anos, e acabar, consequentemente, com as aposentadorias especiais, do magistério, da Política Militar e dos bombeiros. “Pelo amor de Deus, que maldade é essa”, indignou-se.
Até um ex-tucano, no caso o senador Alvaro Dias (PV-PR), disse que está perplexo com essa proposta de acabar com a aposentadoria especial dos professores. “Creio que essa conquista é intocável”, afirmou. De acordo com a senadora Fátima, a educação no Brasil ainda não é a prioridade absoluta e nem o Plano Nacional de Educação é aplicado. Mas a situação pode ficar pior, porque o governo ilegítimo ao congelar o orçamento da educação e da saúde vai engessar a gestão educacional. Isto por conta da queda brutal de recursos para a área que vão causar um efeito cascata perverso.
“Vamos ficar aqui permanentemente, no Parlamento, nas ruas, para impedir que propostas assim sejam aprovadas. E o caminho para evitar isso é trazer a democracia de volta, é derrotar o impeachment. Esse é o caminho politicamente mais correto e o que deve ser adotado”, salientou.
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