Defesa da soberania

Frente pela soberania organiza resistência contra entreguismo de Bolsonaro

Oito partidos, lideranças sindicais, religiosas e populares participaram do lançamento da Frente
Frente pela soberania organiza resistência contra entreguismo de Bolsonaro

Foto Lula Marques/PT na Câmara

Para garantir o futuro do Brasil, está na hora de esquentar as ruas em defesa das riquezas naturais e do patrimônio público, recursos essenciais para garantir um País mais justo e próspero. A conclamação é do senador Jaques Wagner (PT-BA), que na manhã desta quarta-feira (4) participou do lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional.

A Bancada do PT no Senado compareceu em peso ao lançamento da frente, que será presidida pela senadora Zenaide Maia (PROS-RN) e terá como vice-presidente o deputado federal Patrus Ananias (PT-MG).

Pluralidade
A manifestação foi marcada pela pluralidade. Entre os representantes de oito partidos — PT, PROS, PCdoB, PDT, MDB, PSB, PSOL, REDE — estavam a ex-presidenta da República Dilma Rousseff, os candidatos à Presidência em 2018 Guilherme Boulos e Fernando Haddad, a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o ex-senador Roberto Requião (MDB), o governador do Piaui, Wellington Dias (PT), o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) e o geólogo Guilherme Estrela, que liderou a descoberta do pré-sal.

Também marcaram presença as centrais sindicais, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e lideranças religiosas como D. Evaristo Pascoal Spengler, representando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a presbítera Anita Sue Wright, primeira-vice-presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) e Makota Celinha, coordenadora nacional do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira.

Forças Armadas
Ao celebrar essa pluralidade, a presidenta nacional do PT ressaltou uma ausência: “Sinto muita falta da representação das Forças Armadas em um ato como este. Elas foram formadas para defender o Brasil e sua soberania. Dói ver alguns generais, formados nessa mesma escola, servirem a um governo de entrega”, cujo chefe bate continência à bandeira dos Estados Unidos, cobrou Gleisi Hoffmann.

“Esta frente deve comportar todos os partidos e tendências que se oponham à austeridade fiscal, ao neoliberalismo que toma conta da estrutura econômica do Brasil” e instaura a lógica do entreguismo, explicou Roberto Requião, que presidiu a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania na legislatura passada, quando a articulação reuniu mais de uma centena de deputados e senadores.

Resistir aos traidores
Em carta aos participantes do lançamento da Frente Parlamentar, o ex-presidente Lula conclamou à resistência ao “governo de traidores” que faz a entrega “criminosa” das “empresas, dos bancos públicos, do petróleo, dos minerais e do patrimônio que não lhes pertence, mas ao povo brasileiro”.

A carta de Lula foi lida por Fernando Haddad, que emocionou a plateia ao lembrar que soberania também significa Lula Livre e que o ex-presidente permanece preso em decorrência da trama armada pela Lava Jato, operação que resultou na quebra de empresas brasileiras e no derretimento de milhões de empregos.

Amazônia, petróleo e educação
Ovacionada pelo auditório superlotado, a ex-presidenta Dilma Rousseff historiou o processo de ruptura da democracia que levou à sua deposição, há três anos, e que teve exatamente o objetivo de facilitar a entrega de riquezas como o pré-sal, a Embraer e até mesmo a Amazônia—como Bolsonaro já anuncia fazer, para benefício de mineradoras norte-americanas.

Esta foi a primeira vez que Dilma voltou ao Congresso Nacional, desde a o processo de impeachment. Entre tantas frentes de resistência ao entreguismo, a ex-presidenta defendeu como batalhas prioritárias a defesa da Petrobras e das reservas de petróleo nacionais, da Floresta Amazônica e da Educação, o instrumento que vai capacitar as futuras gerações para melhor explorarem essas riquezas em benefício da maioria do povo.

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