Humberto: tucanos jogam contra o País e estão cada vez mais isolados

Humberto: tucanos jogam contra o País e estão cada vez mais isolados

Humberto: “Os brasileiros querem mudanças no governo e não de governo. Querem saídas sérias para a crise. Não querem agravá-la”O início de uma concertação nacional pela superação da crise desnorteou os principais representantes tucanos, que veem se esvair a oportunidade que julgavam ideal para golpear a democracia brasileira. “O Lexotan parece ter acabado em Higienópolis. Só pode ser essa a justificativa para a escalada de ansiedade e agitação inaugurada nesse ninho tucano, onde não se choca outra coisa que não o ovo da serpente”, afirmou o senador Humberto Costa (PE), líder do PT na Casa, apontando o isolamento, determinado pela mudança na conjuntura, dos que se aferram ao golpismo.

A cada dia, destacou Humberto, cresce o número de entidades políticas, econômicas e sociais que defendem a busca de uma agenda negociada para a superação da crise, como as duas maiores federações de indústrias brasileiras – Fiesp e Firjan -, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a confederações nacionais da Indústria (CNI), dos Transportes (CNT) e da Saúde (CNS). Grandes veículos de comunicação nacionais e até o jornal americano The New York Times somam-se à defesa de uma saída que respeite a normalidade democrática.

Enquanto todos os setores mais responsáveis da sociedade se articulam para a construção de uma agenda positiva para manter o País nos trilhos, os tucanos veem esvair-se o que acreditavam ser a chance de impedir a presidenta da República, legitimamente eleita, de governar. Tentam criar um factoide por dia para dar sobrevida à turbulência política que poderia favorecê-los. “São, realmente, o maior partido de oposição ao Brasil, como bem disse, em ato falho, o presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves”, lembrou Humberto.

Irresponsabilidade e oportunismo
O líder petista lamentou a “extrema irresponsabilidade” que acometeu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso — uma voz tucana que costumava apresentar lucidez e ponderação na análise. Na contramão do clima de concertação, FHC sugeriu a renúncia da presidenta Dilma Rousseff.

“Logo ele, que, no início do seu segundo mandato, amargou péssimos índices de popularidade, teve problemas terríveis com a base de sustentação no Congresso e se viu envolvido em várias denúncias de corrupção”, lembrou o senador, destacando a compra de votos em favor da reeleição do peessedebista e a escandalosa privatização das estatais, episódio hoje conhecido como “privataria tucana”.

Para Humberto, só o oportunismo e a conveniência política explicam a postura de FHC, que, mesmo diante do descalabro que foi seu segundo mandato, “não teve a grandeza de renunciar”, como quer receitar agora à presidenta Dilma.

“Deixo aqui meu repúdio a essa nova quartelada do PSDB, que – tenho certeza – deve envergonhar muita gente da boa cepa do partido. Lamentavelmente, entre essas pessoas não se encontra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”. A manifestação de FHC, garante Humberto, não vai prosperar. “Ele mesmo já pediu que esquecêssemos tudo o que ele escreveu. Essa será mais uma entre as tantas de suas obras que os brasileiros mandarão solenemente para o esquecimento”.

Maioria quer solução dentro da democracia
Porque a imensa maioria dos brasileiros, aponta o senador, está na outra margem: “Os insatisfeitos querem mudanças no governo e não de governo. Eles rechaçam o golpismo, o impeachment ou qualquer saída que flerte com a ruptura da ordem democrática. Querem saídas sérias para a crise. Não querem agravá-la”. A prova disso é que nem todo o dinheiro usado para irrigar os protestos do último domingo (16), nem a mobilização das lideranças de oposição, que viajaram pelo País divulgando o ato, conseguiram produzir uma manifestação maior do que a de 15 de março.

O senador destacou a legitimidade e a legalidade da mobilização contra o governo — ainda que não tenham faltado a faixas e cartazes fascistas e criminosos, as “aberrações”. Mas as 800 mil pessoas que foram às ruas não representam a totalidade e nem mesmo o conjunto dos brasileiros insatisfeitos.

“Os brasileiros que querem sair da crise entenderam que é trabalhando, é construindo, é somando esforços – e não empacados nas ruas – que vamos ajudar o Brasil a superá-la”, resumiu Humberto.

Cyntia Campos

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