Em Pernambuco

Incra de Bolsonaro quer despejar Centro de Formação Paulo Freire

Centro foi criado pelo MST há mais de 20 anos e tem parceria de educação com universidades
Incra de Bolsonaro quer despejar Centro de Formação Paulo Freire

Foto: MST

Em um país que sofre com a escassez de recursos para a educação, um juiz da 24ª Vara Federal de Caruaru autorizou o despejo do Centro de Formação Paulo Freire. Localizado na cidade de Caruaru, em Pernambuco, o centro foi fundado há mais de 20 anos, em 1998, tão logo foi criado o Assentamento Normandia, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Em nota, o MST manifestou repúdio à tentativa de despejo solicitada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e aceito pelo juiz que determinou a imediata reintegração de posse, inclusive com uso de força policial. E pede ajuda na luta contra a reintegração do Centro que é hoje um patrimônio educacional do estado do Pernambuco.

”Caso não haja a desocupação espontânea do executado no prazo concedido, expeça-se mandado de reintegração na posse, ficando desde já autorizado: a) o uso de força policial, b) o arrombamento, se necessário, c) condução coercitiva do executado para a DPF, em caso de resistência, d) a remoção dos bens móveis que estejam no imóvel e) remoção dos animais para o “Curral de Gado” do Município de Caruaru/PE, ficando desde já autorizada a doação ou o abate desses semoventes”, afirma o juiz na sentença.

Incra orientou criação do centro
Foi a equipe técnica do próprio Incra que, em 1998, orientou que a sede do assentamento Normandia fosse utilizada de forma coletiva para a capacitação e formação dos assentados do estado.

Assim, informa o MST, logo após a criação do assentamento e em comum acordo com o Instituto, a cooperativa dos assentados repassou a casa sede e mais 14 hectares para criação de um espaço de formação e capacitação dos assentados. “Ainda no ano 1999 foi criado oficialmente o Centro de Formação Paulo Freire, desde então, existe todo um processo que é feito na tentativa de legalizar a área”, explica nota do Movimento.

“No ano de 1999 foram construídos um auditório, e alguns alojamentos. Hoje, a casa sede tem capacidade para abrigar cerca de 240 pessoas, já o auditório comporta uma média de 800 pessoas. Além disso, o espaço conta com cozinha, refeitório, telecentro, Casa da Juventude, Academia das Cidades, criada em parceria com o governo do Estado, Academia do Campo, uma quadra esportiva e, recentemente uma Ciranda Infantil (creche), que foi construída em parceria com a FUP (Federação Unificada dos Petroleiros).”

O espaço conta, ainda, com três agroindústrias que pertencem à cooperativa agropecuária de Normandia:  de beneficiamento de carne; raízes e tubérculos: e a de pães e bolos.

Confira a íntegra da matéria

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