debate presidencial

Lula deixou adversário sem argumentos, avaliam senadores

No último debate presidencial antes do segundo turno, senadores apontam mentiras contadas por Bolsonaro e destacam postura de estadista mostrada por Lula
Lula deixou adversário sem argumentos, avaliam senadores

Foto: Ricardo Stuckert

O ex-presidente Lula participou na noite dessa sexta-feira (28) do último debate presidencial antes da realização do segundo turno das eleições. Nos estúdios da Rede Globo, Lula tentou por diversas vezes debater o futuro do Brasil e tratar de temas considerados prioritários para as brasileiras e os brasileiros. Mas, Bolsonaro manteve o padrão de sempre: mentir e espalhar desinformação.

O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), destacou um dos momentos nos quais Lula tentou, por diversas vezes, no primeiro bloco debater a valorização do salário-mínimo. Bolsonaro ficou se repetindo durante 15 minutos numa cena constrangedora numa tentativa de se desvencilhar da ideia do ministro Paulo Guedes em desindexar o reajuste salarial da inflação.

“Bolsonaro não tem argumento para debater”, destacou o senador.

O senador Paulo Paim (PT-RS) lembrou o fato de que Bolsonaro será o primeiro presidente, desde a criação do Real, a terminar o mandato sem conceder ganho real – acima da inflação – para o salário-mínimo.

“Bolsonaro não deu 1% de aumento para o salário-mínimo. Com Lula, o salário-mínimo aumentou 74%”, comparou o senador.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da Minoria, também destacou a postura de Lula logo no começo do debate ao lembrar que sua candidatura representa um conjunto de pessoas, partidos e personalidades que desejam defender a democracia brasileira.

“Lula começou bem ao dizer quem representa. Muito além do seu partido, falou dos partidos aliados, dos grupos sociais e lideranças políticas que o apoiam. Em seguida, é enfático sobre o fato de que Bolsonaro não reajustou o salário-mínimo”, disse.

Já o senador Fabiano Contarato (PT-ES), vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), enfatizou a postura de “estadista” do ex-presidente Lula. Algo que contrasta com a figura do atual presidente.

“Lula age como estadista. Prefeitos serão tratados com o respeito que merecem. Governadores terão apoio para cuidarem dos Estados. Lula reuniu uma frente ampla de apoiadores para tirar o Brasil do fosso medieval do bolsonarismo. Vamos gerar obras, empregos, salário digno”, elencou.

Bolsonaro volta a mentir sobre votações do PT
O senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da CDH, desmentiu novamente uma repetida falácia que Bolsonaro tem apresentado durante as eleições. A ideia de que a bancada do PT teria sido contra a redução do preço dos combustíveis. Humberto lembrou que, na verdade, os senadores tentaram impedir a aprovação de uma proposta ilegal que acabou retirando dinheiro dos estados, por meio do corte na arrecadação do Imposto obre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS), com clara vinculação eleitoral.

“A bancada no PT no Senado agiu forte para impedir que os estados fossem tungados e a Petrobras utilizada com caráter eleitoreiro. Defendemos o Brasil e alertamos que o erro está na política de preços e no comando: da empresa, da Economia e do país”, apontou Humberto.

Mais mentiras sobre o desmatamento da Amazônia
Como um disco quebrado, Bolsonaro também tentou novamente convencer a sociedade de que ele cuidou na Amazônia durante quase quatro anos de governo. Como se a sua gestão não tivesse sido aliada de garimpeiros e madeireiros ilegais e tivesse desmontado o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para esconder a devastação da floresta amazônica.

Atento, o senador Jaques Wagner (PT-BA), presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), repôs a verdade sobre quem, de fato, cuidou da floresta e defende o meio ambiente com políticas públicas eficazes.

“O desmatamento na Amazônia caiu 75% com Lula e aumentou 73% com Bolsonaro. O presidente atual é uma ameaça à Amazônia, ao Brasil e ao planeta”, alertou.

Escorregada final
Depois de tanto mentir, Bolsonaro chegou ao final do debate pedindo voto para deputado federal. Antes de se tornar presidente e iniciar um processo de destruição do Brasil e de ataques sistemáticos à democracia, Bolsonaro ocupou por 28 anos uma cadeira na Câmara dos Deputados com a apresentação de apenas dois projetos no currículo.

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