Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto neste domingo, 1º de janeiro de 2023, para dar início ao seu terceiro mandato como Presidente da República do Brasil. E nada mais simbólico da necessidade de unir e reconstruir o Brasil do que o povo brasileiro, representado por oito pessoas, entregar a faixa para o novo chefe do Poder Executivo.
“Lula recebe a faixa presidencial das mãos de uma mulher negra, de uma criança negra, de um homem com deficiência, de uma mulher branca, de um homem negro idoso com a liderança indígena, Raoni Metuktire”, destacou o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA).
Além do cacique Raoni, participaram da entrega da faixa presidencial Francisco, 10 anos, morador de Itaquera; Aline Sousa, 33 anos, catadora; Wesley Rocha, 36 anos, metalúrgico; Murilo Jesus, 28 anos, professor; Jucimara Santos, cozinheira; Ivan Baron, que tem paralisia cerebral; e Flávio Pereira, 50 anos, artesão.
“O momento mais lindo da história!! O povo brasileiro entregando a faixa ao nosso presidente Lula”, também destacou o senador Rogério Carvalho (PT-SE).
“Boa tarde, povo brasileiro!”, assim o presidente Lula iniciou o seu discurso para a multidão que o aguardava na Praça dos Três Poderes. “Minha gratidão a vocês, que enfrentaram a violência política antes, durante e depois da campanha eleitoral. Que ocuparam as redes sociais e que tomaram as ruas, debaixo de sol e chuva, nem que fosse para conquistar um único e precioso voto”, disse.
“Temos novamente um Presidente! Após quatro anos submetidos a um governo que tinha como único propósito a destruição de nossas instituições, a volta de Lula ao Planalto é um sopro de vento fresco”, apontou o senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da Minoria no Senado e indicado para presidir a Petrobras.
O presidente Lula lembrou o fato de que o período eleitoral foi superado e, agora, o momento é de unificar o Brasil. Ele destacou ainda que governará para os 215 milhões de brasileiros e brasileiras.
“Vou governar para todas e todos, olhando para o nosso luminoso futuro em comum, e não pelo retrovisor de um passado de divisão e intolerância”, destacou.
O senador Jaques Wagner (PT-BA), próximo líder do governo no Senado, enfatizou a “bonita e vitoriosa” caminhada de superação de Lula até a chegada ao terceiro mandato.
“Chegarmos nesse 1º de janeiro com alegria e esperança no coração. Acima de tudo, com a certeza de que Lula fará melhor do que fez nos seus dois primeiros mandatos. Receba o aplauso de todos: o Brasil lhe admira e o mundo inteiro lhe espera. Que Deus te abençoe! Conte comigo. Boa sorte, meu amigo, e boa sorte ao nosso Brasil”.
“A realidade salta aos olhos. O compromisso com o povo está firmado. Lula vai governar para todos”, comemorou o senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH).
Lula ainda afirmou que não interessa a ninguém termos um Brasil em estado permanente de guerra ou uma família vivendo em desarmonia. “É hora de reatarmos os laços com amigos e familiares, rompidos pelo discurso de ódio e pela disseminação de tantas mentiras”.
“Hoje, o Brasil inicia um novo tempo, um novo governo, no qual a luta contra a miséria e a fome será priorizada”, comemorou o senador Fabiano Contarato (PT-ES). “Lula está comprometido com o povo brasileiro e vamos, juntos, virar a página de descaso, ódio, miséria e morte do último governo. É hora de recolocar o Brasil nos trilhos do crescimento e da prosperidade”, completou.
Já o senador Paulo Paim (PT-RS) comentou a emoção de poder rever Lula subir novamente a rampa do Palácio do Planalto como Presidente da República. “Lula e Alckmin tomam posse. Emoção à flor da pele. Vamos reconstruir o Brasil. Transformá-lo em uma grande Nação. Um país justo. Democracia para sempre”, disse.
Sem anistia, sem anistia
Durante o discurso, Lula falou da situação de completo abandono e destruição de políticas públicas promovido pelo governo anterior. Os livros didáticos que deverão ser usados no ano letivo de 2023, por exemplo, ainda não começaram a ser editados. Além disso, faltam remédios no Farmácia Popular; não há estoques de vacinas para o enfrentamento das novas variantes da COVID-19. Também faltam recursos para a compra de merenda escolar; as universidades corriam o risco de não concluir o ano letivo; não existem recursos para a Defesa Civil e a prevenção de acidentes e desastres. “Quem está pagando a conta deste apagão é o povo brasileiro”, disse o presidente Lula.
Na oportunidade, a multidão que acompanhava o discurso gritou “sem anistia, sem anistia”. O pedido foi feito em referência aos crimes cometidos por Bolsonaro durante sua trágica gestão.
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