Desastre econômico

Mergulho no caos. FMI prevê queda de 9,1% do PIB

Redução maior da atividade econômica reforça a necessidade de manter o auxílio emergencial de R$ 600 pelo menos até o final de 2020
Mergulho no caos. FMI prevê queda de 9,1% do PIB

Foto: Agência Senado

O ministro Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro juram que a situação vai melhorar, mas a economia brasileira e a resposta do governo na condução da pandemia, mostram um quadro alarmante, com risco de aumento da desigualdade e da pobreza no país. O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta quarta-feira, 24, uma nova previsão para o PIB brasileiro. Em vez de uma queda de -5,3% da atividade econômica nacional, a previsão oficial agora é de que a economia do Brasil vai encolher -9,1% em 2020.

Ou seja, o Brasil vai voltar a ter uma economia do mesmo tamanho que tinha no início dos anos 2000, antes de Lula assumir a Presidência da República. O anúncio do FMI conflita dramaticamente com o cenário previsto pelo governo, que estimava um tombo de 4%. Outro sintoma do agravamento da crise é o fato de os investimentos diretos no Brasil terem caído 68% em maio na comparação com o mesmo mês de 2019. O número mostra um menor apetite por ativos no país em meio à crise do coronavírus.

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, avalia que o encolhimento brutal da economia vai agravar a situação social e que, diante dos novo cenário, agora mais do que nunca é urgente que o Congresso estenda o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 pelo menos até o final de dezembro. “Os brasileiros precisam de ajuda para sobreviver”, alerta. “Dinheiro na mão do povo é o que faz a economia rodar”.

Resposta ruim à pandemia
No relatório do FMI, a piora nas perspectivas para a economia brasileira é reforçada pelas dificuldades que países da América Latina ainda têm para controlar a pandemia de Covid-19. “Na América Latina, onde a maioria dos países ainda luta para conter as infecções, as duas maiores economias, Brasil e México, devem contrair 9,1% e 10,5%, respectivamente, em 2020”, informou a economista-chefe Gita Gopinath.

Ela disse que o aumento dos casos de Covid-19, as dificuldades em conter a pandemia e a queda maior que a esperada na economia mundial estão por trás da revisão da estimativa. “O aumento dos casos de coronavírus é, de fato, um dos fatores que fizeram o FMI reduzir as projeções em muitos países. Como outros emergentes, o Brasil tem muitos desafios”, afirmou.

Gita Maria Milesi-Ferretti, vice-diretor do Departamento de Pesquisa do FMI, acrescentou que a queda da economia global também terá impacto sobre a atividade econômica brasileira. A economia global encolherá 4,9% em 2020, disse o FMI, uma revisão em baixa de 1,9 pontos percentuais em relação às suas últimas previsões em abril. Gita disse que esta é uma “crise sem precedentes”.

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