No Dia do Trabalho: emprego e salário reduzem desigualdade

Walter Pinheiro comemora os avanços nas gestões petistas, Paulo Paim diz que o fim do trabalho escravo é um desafio e Eduardo Suplicy sobre a necessidade de melhores condições de saúde e segurança no trabalho.

Chicago, 1º de maio de 1886. Milhares de trabalhadores da cidade mais industrializada dos Estados Unidos vão às ruas para exigir uma jornada decente de trabalho. À época, os operários trabalhavam cerca de treze horas por dia. O movimento se expandiu pelo país, dando origem a uma greve geral de trabalhadores.

Dois dias depois, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou a morte de alguns manifestantes, dando início a uma explosão de revolta que culminou com a morte de doze manifestantes, sete policiais e dezenas de feridos.  

Para lembrar os trabalhadores mortos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.

Brasil, 1º de maio de 1940. O então presidente Getúlio Vargas institui o salário mínimo no Brasil. A ideia era definir um piso capaz de suprir as necessidades básicas de uma família (moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer).

Brasil, 1º de maio de 1941. Nasce a Justiça do Trabalho, destinada a resolver questões judiciais relacionadas, especificamente, às relações de trabalho e aos direitos dos trabalhadores.

Brasil, 1º de maio de 2012. Trabalhadores de todo o país se unem para lembrar as conquistas obtidas nos últimos anos, o aumento da renda, a melhoria nos níveis de emprego e para reivindicar ganhos ainda maiores.

Alerta
Trabalhadores, líderes políticos e parlamentares refletiram sobre a data. Falaram de suas expectativas, esperanças e desejos.

Para o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), é um dia para que o trabalhador se mantenha alerta. “Temos que ficar atentos à classe trabalhadora para sempre promover ganhos na geração de novos postos de trabalho e garantir mais emprego, renda e avanços tecnológicos, já que na medida que o emprego e o salário aumentam,  a desigualdade diminui.

Pinheiro recorda que é importante lembrar, no Dia Mundial do Trabalho, que as lutas da classe trabalhadora deram ao País um líder metalúrgico – em referência ao ex-presidente Lula -, “que teve o compromisso maior de resgatar a dignidade do nosso povo, reduzir a desigualdade entre ricos e pobres e construir a nação mais igualitária; um Brasil com políticas públicas e sociais garantidas com a continuidade dos trabalhos tocados pela presidenta Dilma, primeira mulher a governar o Brasil, também com origem nos movimentos dos trabalhadores e hoje reconhecida mundialmente por sua dedicação. A presidenta que soube valorizar e colocar para funcionar programas como o Pronatec, como um dos caminhos para aqueles que ainda buscam oportunidades no mercado de trabalho.”

Desemprego 
Referência política quando se fala em defesa dos direitos do trabalhador, o senador Paulo Paim (PT-RS) participou, na última sexta-feira, de uma homenagem na Câmara dos Deputados em comemoração ao Dia do Metalúrgico.

Na ocasião, falou sobre um grande pavor que assombra milhões em todo o mundo: o desemprego. “O desemprego preocupa, apavora. Ele fere a dignidade das pessoas, mexe com a sua autoestima porque ele não é um mal por si só”, disse. Para o senador, “o fantasma do desemprego é uma teia que abriga o desânimo, a frustração, a raiva, a sensação de não pertencer e assim vai se tornando danoso para a pessoa e, às vezes, até para a sociedade”.

Exatamente por ter consciência sobre o pânico que o desemprego provoca, o senador gaúcho comemorou a redução do número de trabalhadores desocupados no Brasil. “É claro que ainda precisamos avançar e acredito que o papel dos Parlamentares é muito importante porque nós podemos construir alternativas para diminuir, cada vez mais esses índices.

Ele lembrou que o Brasil ainda tem desafios a vencer. O trabalho escravo é uma delas. Existem variadas formas e práticas desse tipo de trabalho. “O outra chaga, que não podemos deixar de mencionar é a concentração de renda”, disse.

Saúde e segurança
Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que o Dia do Trabalhador é um momento oportuno para a reflexão sobre as condições de salário e emprego dos trabalhadores. Para o senador, além do movimento por direitos trabalhistas, o Dia Mundial do Trabalho é uma data para se reivindicar melhores condições de saúde e segurança no trabalho.

“Cerca de 4.000 pessoas morrem no Brasil por ano em decorrência de acidentes de trabalho. A maior parte das vítimas é constituída de jovens entre 25 e 29 anos, segundo dados do Fórum Sindical dos Trabalhadores”, recordou o senador.

Ele elogiou o lançamento do Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho, lançado há poucos dias e que vai integrar ações para assegurar melhores condições no ambiente e nas relações de trabalho.

“Trata o Plano de iniciativa muito positiva, pois sabemos que a saúde física, emocional e mental do trabalhador é pré-requisito fundamental ao pleno exercício de qualquer profissão. O trabalhador, submetido a condições desfavoráveis, arrisca sua integridade física e a dos seus companheiros, além de prejudicar o funcionamento da engrenagem produtiva”, avaliou.

Ele destacou que o trabalhador brasileiro mais humilde, “por temor do desemprego ou mesmo por ignorância, é obrigado, muitas vezes, a se submeter a condições ultrajantes de trabalho – jornadas excessivas, falta de segurança, atividades repetitivas e desgastantes, exposição a condições insalubres”.

Giselle Chassot

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